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Veja documento registrado por Miranda em cartório no qual ele afirma que áudio é de 2020

Deputado responsável por denúncia de supostas irregularidades na compra da Covaxin registrou troca de mensagens com ata notarial

atualizado

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1 de 1 miranda x - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) apresentou ao Metrópoles, nesta quinta-feira (1º/7), a ata notarial registrada em cartório de Brasília na qual afirma que áudio apresentado por Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati, é datado do ano de 2020. O PM de Minas mostrou a gravação em sessão da CPI da Covid, nesta quinta-feira (1°/7), e disse que o material se referia à compra de vacinas.

As informações foram atestadas pelos escreventes autorizados Higor Jácomo do Couto e Uílton Mendonça de Santana, do Cartório do 4º Ofício de Notas do Distrito Federal, e referendadas pela tabeliã Antonia Mendonça Feitosa. A ata notarial é datada desta quinta.

O documento será usado para justificar o pedido de prisão contra o integrante da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Mais cedo, o deputado Luis Miranda havia antecipado para a coluna Janela Indiscreta que estava no cartório, na Asa Norte, para registrar as trocas de mensagens que, segundo ele, teriam ocorrido em outubro de 2020 e se tratavam de aquisição de luvas a serem comercializadas para cliente nos Estados Unidos.

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“Eu estou no cartório agora, da Asa Norte, fazendo uma ata notarial dessas conversas, para comprovar que a relação é lá de setembro, de setembro e outubro de 2020. Tratava-se de uma aquisição de luvas para o mercado interno americano”, assegurou o parlamentar.

De acordo com o deputado, toda a conversa será transcrita, uma vez que ele manteve as mensagens arquivadas até hoje. “Eu nunca deleto, porque não tenho rabo preso, diferente deles, né? Eu tenho como comprovar tudinho aqui agora. Vou fazer a ata notarial e já retorno para pedir a prisão do cara para a CPI”, disse.

Compra de luvas

Mais cedo, Luis Miranda já havia afirmado que seria “mentira” a acusação feita pelo empresário Dominguetti, representante da empresa Davati, de que o parlamentar teria feito contato com o procurador da empresa, Cristiano Alberto Carvalho, para negociar compra de vacinas AstraZeneca.

A declaração ocorreu durante o depoimento do empresário para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

“Mentira. Nunca na vida falei com essas pessoas sobre vacina”, afirmou ao Metrópoles o parlamentar.

Questionado se conhece algum Cristiano, Miranda respondeu que, “nos Estados Unidos, um cara com esse nome ofereceu luvas para um cliente nos USA [Estados Unidos] através da minha empresa”, pontuou. Segundo o parlamentar, trata-se de uma gravação antiga.

Miranda chegou a entrar na sala da CPI, mas acabou deixando o local, após ser hostilizado por integrantes da base governista no Senado Federal.

Investidas

Para os senadores, Dominguetti destacou que, após protocolar proposta de venda no Ministério da Saúde, diversos assessores e parlamentares passaram a procurar a empresa para se oferecerem como intermediadores das negociações.

“Tenho informação de que um parlamentar tentou negociar busca por vacinas dentro da Davati. Isso eu tenho. A informação que tenho é de um: o que aqui que fez acusação contra o presidente da República”, declarou, referindo-se a Miranda.

Ao ser questionado se seria, de fato, o deputado Luis Miranda, Dominguetti confirmou. “Sim, senhor, excelência. [Luis Miranda] Procurou a Davati, [e] o Cristiano [Alberto Carvalho, procurador da empresa], tentando negociar a compra de vacinas”, respondeu.

Segundo Dominguetti, Cristiano Carvalho relatou para ele que, “volta e meia, parlamentares o procuravam e quem o mais incomodava era o deputado Luis Miranda, que era mais insistente”.

“Cristiano me enviou um áudio pedindo uma live, que tinha um cliente dele mais recorrente que comprava pouco e em menor quantidade, mas que poderia colocar a vacina para rodar”, disse o depoente, que, em seguida, disponibilizou o áudio.

Dominguetti afirmou à jornalista Constança Rezende, do jornal Folha de S.Paulo que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, teria pedido a propina de US$ 1 por dose de vacina, no dia 25 de fevereiro. Dias foi exonerado na quarta-feira (30/6).

 

 

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