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MPSP recebe denúncia após Monark defender criação de partido nazista

Ativista pede retratação pública do youtuber e cancelamento das contas nas redes sociais do Flow Podcast após crime antissemita

atualizado

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Reprodução/ YouTube
Monark
1 de 1 Monark - Foto: Reprodução/ YouTube

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) recebeu uma denúncia, nesta terça-feira (8/2), contra Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, após o apresentador do Flow Podcast ter defendido a criação de um partido nazista no Brasil. A representação é de autoria de Vini Caetano, ativista de direitos humanos.

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Na peça, o autor solicita a abertura de um processo criminal contra o apresentador pelo crime de antissemitismo e, também, o cancelamento das contas do programa no Instagram, Facebook, Twitter e Youtube. A representação também pede reparação financeira para entidades sociais judaicas.

“Uma pessoa que fala para mais de milhões de jovens e adultos tem como responsabilidade a não propagação do discurso de ódio. Ele precisa reparar, formalmente e por escrita, os danos causados às comunidades judaicas que sofrem até hoje por esse período doloroso e cruel”, argumenta a peça.

Mais cedo, o youtuber usou suas redes sociais para pedir desculpas por defender a existência de um partido nazista.

“Galera, eu queria fazer esse vídeo só para pedir desculpa mesmo, porque eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares no mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro e tava bêbado. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Porra, eu peço perdão pela minha insensibilidade”, alegou Monark.

Perda de patrocínio

Depois de Monark defender, durante um episódio do Flow Podcast, a existência de um partido nazista no Brasil, patrocinadores – como iFood, Lacta e Puma – romperam o vínculo com o influencer.

O apresentador também perdeu os direitos de exibição do Campeonato Carioca e foi repudiado por associações e federações israelitas.

A repercussão catastrófica do episódio fez com que as marcas patrocinadoras do programa se posicionassem e retirassem seu apoio comercial. O iFood, por exemplo, manifestou-se nas redes sociais, informando que “não mantém mais relação comercial com o Flow”.

Já a Flash Benefícios informou que, “diante de absurdos como esse, é preciso agir e, desta forma, solicita o formal e imediato da relação contratual com os Estúdios Flow”.

As marcas Puma e Mondelez Brasil, dona dos chocolates Bis, anunciaram, em suas redes, que fizeram ações pontuais com o programa, patrocinando apenas episódios específicos, de forma isolada.

Apologia ao nazismo

O programa era transmitido com a presença dos deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB). A parlamentar retrucou o discurso do apresentador, classificando as ideias como apologia a “ideologias que ameaçam a existência e integridade de pessoas ou grupos, sejam judeus, PCD, negros ou LGBTQIA+”.

Com a repercussão negativa, Monark divulgou um vídeo nas redes sociais, nesta terça-feira (8/2), e alegou que estava bêbado.

“Eu sou mais louco do que vocês. A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião […] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”, disse Monark. “Se o cara for antijudeu, ele tem o direito de ser antijudeu”, completou.

Tabata rebateu, classificou as ideias do apresentador como “esdrúxulas” e citou o holocausto na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, período marcado pelo extermínio de mais de 6 milhões de judeus.

Embora a parlamentar tenha manifestado repúdio à declaração do apresentador durante a transmissão, internautas questionaram a permanência da deputada até o fim do programa e a foto em que ela posou sorridente ao lado do influencer. Eles também pediram a prisão de Monark.

https://t.co/9ASgRZf005

— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) February 8, 2022

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