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Grupo é criado para apoiar torcedoras do Botafogo vítimas de assédio

Clube também vai abrir processo interno para investigar torcedor banido por organizada

atualizado

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Torcedores do Botafogo estão fazendo a sua parte para acabar com o assédio nos estádios. O grupo BotaFOGO no Assédio foi criado em 2020 após um botafoguense ser flagrado fazendo filmagens de teor sexual de uma mulher na arquibancada do Nilton Santos. De acordo com apuração do GE, o próprio clube abrirá um processo interno para investigar a situação.

“Em função das graves denúncias de assédio relatadas por torcedoras e por se tratar de um sócio-proprietário, o Botafogo comunica que, após receber as denúncias com as provas pertinentes, irá instaurar um processo interno para averiguar o caso, como determina o estatuto. O Botafogo entende a gravidade dos relatos e repudia com veemência qualquer tipo de assédio. O Clube reitera o seu posicionamento de que jamais vai admitir situações como essa, exigindo respeito às mulheres”, declarou.

O caso em questão foi descoberto em 2017, quando Tamires de Morais veio a público alertar outras torcedoras do Botafogo a “não caírem no papo desse cara”, que ela conheceu em 2017 em um jogo da Libertadores.

“Ele começou a me seguir no Instagram com uma abordagem que me deixou bem desconfortável até que ele veio com um papo para eu ser modelo da clínica dele, e eu não aceitei. Eu bloqueei ele, mas ele fez outros perfis para me mandar mensagem, e eu bloqueei em todos. Ele, não sei como, conseguiu meu WhatsApp e começou a me assediar por lá. Fiquei muito nervosa na época, pedi ajuda ao meu namorado, mas ele sumiu. Agora ele reapareceu, e muita gente sabe de quem eu estou falando. Agora está piorando, porque ele está encostando nas meninas, fazendo massagem”, denunciou.

 

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Tamires, Carolina, Débora, Monique, Rafaela, Mariana, Luiza, Renata, Marcela…. Não importa o seu nome, a única coisa que vai importar para algumas pessoas é o fato de você ser mulher e ser considerada o sexo frágil em variados âmbitos. O que ocorreu com a Thamires, e com tantas outras, infelizmente, não é novidade. O cidadão que age de forma natural quando tem como objetivo abusar (psicologicamente ou fisicamente) de uma mulher, simplesmente por ele ter atração física por ela, não merece, por exemplo, ter sua identidade preservada. Porém, infelizmente, no Brasil, seríamos processadas se o fizéssemos… Infelizmente, “só” denunciar nem sempre é suficiente. Sem provas, não há julgamento, sem julgamento, um imbecil seguirá andando por aí. Porém, JAMAIS ficaríamos caladas em relação a isso e estamos tentando usar da página para ser um porta voz de tantas outras TAMIRES que não conseguem se manifestar e precisam dessa rede de apoio. Estamos cansadas de ter medo de ir ao estádio; cansadas de ter que guardar a simpatia porque um idiota vai achar que isso é motivo pra abusar da nossa educação; cansadas de passarem pano pra infelizes que são conhecidos na torcida organizada e que, por isso, não sofrem as consequências dos seu atos. CANSADAS! Nós queremos o mínimo: RESPEITO. @loucosbotafogo, EXIGIMOS um posicionamento! @tamires_demorais, estamos com você! Ainda buscamos fazer mais, enquanto não concretizamos, vamos mantendo a história viva pra lembrarmos do mais importante: JUNTAS SOMOS MAIS FORTES! ABUSADORES NÃO PASSARÃO!

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Segundo apuração do GE, o BotaFOGO no Assédio já recebeu cerca de 60 denúncias sobre o mesmo torcedor. O modus operandi seria sempre o mesmo: um convite para que mulheres sejam modelos de sua clínica de fisioterapia, posando para fotos de lingerie e biquíni.

O homem era membro da torcida organizada Loucos pelo Botafogo, mas já foi banido do grupo.

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