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Final entre Suns e Bucks reúne tudo o que é interessante na NBA

De forma surpreendente, Phoenix e Milwaukee começam a decidir nesta terça o campeão da principal liga de basquete do mundo

atualizado

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Gui Prímola/Metrópoles
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1 de 1 Abre_Bucks_X_Suns - Foto: Gui Prímola/Metrópoles

O Los Angeles Lakers de LeBron James e Anthony Davis reforçou a equipe para defender seu título; o Brooklyn Nets montou um supertime, com Kevin Durant, Kyrie Irving e James Harden; o Los Angeles Clippers teve pretensões de conquistas desde o momento que Kawhi Leonard e Paul George se juntaram. Nenhuma dessas equipes e grandes estrelas, no entanto, estarão nas Finais da NBA, após terem levado a pior em encontros com Milwaukee Bucks e Phoenix Suns, as franquias que, surpreendentemente, decidirão o título da principal liga de basquete do mundo nesta temporada a partir desta terça (6/7).

Milwaukee e Phoenix podem não ser os mercados dos sonhos da NBA ou ter nomes como LeBron, Curry ou Durant no elenco, mas justamente por isso é que este encontro nas Finais da NBA se torna tão intrigante. Afinal, temos duas franquias que comeram o pão com o diabo amassou até conseguirem ver a luz; temos a ascensão improvável de uma mega estrela, temos lesões em momentos inoportunos e elencos de apoio que sofreram com questionamentos até conseguirem se provar nos momentos de maior necessidade, ou seja, um verdadeiro “suco” de tudo que é apaixonante no basquete e nos esportes em geral.

O Milwaukee Bucks, por exemplo, esteve em uma Final de NBA pela última vez quando um tal de Kareem Abdul-Jabbar ainda dominava as quadras, no começo dos anos 1970, tendo vencido o título em 1971. De lá para cá, com exceção dos times liderados por Sidney Moncrief e pelo técnico Don Nelson na década de 1980, a franquia teve elencos e anos esquecíveis, até decidir apostar em um jovem e desconhecido adolescente grego.

Já o Phoenix Suns chegou perto, mas nunca levou. Em 1976, a equipe chegou à decisão pela primeira vez, liderada por Paul Westphal, e perdeu uma série histórica para o Boston Celtics. Depois, em 1993, os Suns de Charles Barkley lutaram bravamente, mas pegaram pela frente ninguém menos que Michael Jordan e o Chicago Bulls, no auge de seus consideráveis poderes. E depois, nos anos 2000, Steve Nash e Mike D’Antoni, com um time carismático e talentoso, bateram na trave três vezes, esbarrando nas lendas Tim Duncan, Dirk Nowitzki e Kobe Bryant pelo caminho. Após esse período, os Suns passaram por uma década de incompetência, demissões de treinadores e escolhas questionáveis nos drafts.

Sementes do sucesso

Mesmo nos anos em que o sucesso parecia distante e a desesperança reinava, Bucks e Suns estavam plantando as sementes para dias melhores. Aquele jovem grego, magrinho, que vendia muamba na Grécia, foi recrutado em 2013. Em sua primeira temporada, Giannis Antetokounmpo e Khris Middleton, únicos remanescentes daquele elenco, venceram 15 jogos. Hoje, a dupla é a principal responsável pela evolução constante do time. Giannis se tornou um bi-MVP da liga e um dos seus jogadores mais dominantes, enquanto Middleton é um dos melhores arremessadores da NBA e vem apresentando performances decisivas nos playoffs.

Em Phoenix, durante a década perdida da equipe, os Suns recrutaram Devin Booker, DeAndre Ayton e Mikal Bridges. O trio fez parte de uma temporada de 19 vitórias, que aconteceu somente há dois anos, mas o talento estava ali, talento que chamou a atenção de um dos principais maestros da história da NBA.

Reviravoltas

Mesmo com Giannis se solidificando como um dos melhores jogadores da NBA e o Milwaukee Bucks se tornando uma das forças da liga, a franquia ainda passou por decepções e reviravoltas, incluindo derrotas decepcionantes para Toronto Raptors e Miami Heat. Com isso, a franquia teve que mostrar serviço à sua principal estrela e reforçar o time, antes de convencê-lo a aceitar uma extensão contratual. Com Jrue Holiday, a equipe conseguiu mais um marcador de elite e alguém capaz de tirar a pressão de Giannis e Middleton no ataque.

No entanto, ao mesmo tempo em que os Bucks se reforçavam, o Brooklyn Nets também construía um esquadrão capaz de desafiar imediatamente pela supremacia do Leste. O inevitável confronto aconteceu, e os Nets dominavam Milwaukee, até que as lesões de Kyrie e Harden pesaram contra o time de Nova York.

Porém, em uma temporada “apressada”, impregnada por lesões, o Milwaukee Bucks está lidando com seu próprio desfalque e que pode ser decisivo nestas Finais. Giannis Antetokounmpo sofreu uma hiperextensão do joelho esquerdo no Jogo 4 contra o Atlanta Hawks e deve perder os primeiros jogos da série decisiva.

Em Phoenix, Chris Paul demonstrou ser o ingrediente que faltava para colocar ordem na casa e dar direcionamento ao óbvio talento de Booker, Ayton e Bridges. Guiados pelo técnico Monty Williams, com quem CP3 jogou em New Orleans, a equipe finalizou a temporada com 51 vitórias, registrando o segundo melhor recorde da NBA.

Apesar da temporada dos sonhos após uma década de derrotas, nos playoffs, os problemas começaram a aparecer. No primeiro round, contra os Lakers de LeBron, Paul teve uma lesão no braço e depois, o armador perdeu os primeiros jogos da Final de Conferência devido aos protocolos sanitários da liga para combater a Covid-19. Qualquer time jovem, inexperiente, sentiria ausência de sua principal referência. Porém, esses Suns são diferentes.

Na frente da adversidade, Phoenix mostrou todas as suas armas. O foco defensivo de Bridges e Crowder, a postura de DeAndre Ayton, a energia de Cameron Payne, um jogador que não tinha seu lugar garantido na NBA pouco mais de um ano atrás. E acima de todos, Devin Booker, em sua primeira pós-temporada, esbanjando todo seu talento para marcar pontos, criar jogadas e decidir partidas.

Por mais que as ausências de LeBron James e Steph Curry, que há uma década marcavam presença nas Finais da NBA, seja estranha para o torcedor, Milwaukee Bucks x Phoenix Suns será um prato cheio de narrativas, drama e basquete competitivo.

As Finais da NBA começam nesta terça, a partir das 22h, com transmissão da ESPN.

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