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Augusto Melo é eleito presidente do Corinthians

O empresário do ramo têxtil tem 59 anos e derrotou, neste sábado (25/11), o candidato da situação, André Luiz Oliveira

atualizado

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José Manoel Idalgo / Ag Corinthians
Augusto Melo
1 de 1 Augusto Melo - Foto: José Manoel Idalgo / Ag Corinthians

Augusto Melo é o novo presidente do Corinthians. O empresário do ramo têxtil tem 59 anos e derrotou, neste sábado (25/11), o candidato da situação, André Luiz Oliveira, conhecido como André Negão. O pleito aconteceu no Parque São Jorge, sede social do clube, e contou com o uso de 20 urnas eletrônicas, cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TSE).

Augusto Melo, que compareceu à votação vestindo um colete à prova de balas, obteve 2771 votos, enquanto André Negão teve 1413. Ao todo, 4.184 sócios, com mais de 18 anos e que tenham sido admitidos no clube há mais de cinco, votaram na eleição e escolheram ainda oito chapas com 25 integrantes para a composição do Conselho Deliberativo para o triênio 2024-2026.

Ao longo do dia, torcedores se aglomeraram na frente da entrada da sede social do Corinthians em protesto contra a atual diretoria do clube. No Ginásio Poliesportivo Wlamir Marques, a votação transcorreu de forma tranquila.

Augusto Melo é empresário, investidor de quadras de areia em São Paulo e já atuou na equipe sub-17 do Corinthians como assessor entre 2015 e 2017, época em que fazia parte do grupo político de Andrés Sánchez. Conselheiro do clube, foi candidato no último pleito, mas acabou derrotado por Duílio Monteiro Alves, o atual presidente, em 2020. Desta vez, contou com o apoio de nomes importantes do clube, como Wladimir e Neto, que pretende se candidatar à sucessão presidencial em 2026.

Augusto contou com o apoio da principal torcida organizada corintiana, a Gaviões da Fiel, na reta final da disputa com André Negão. Os dois candidatos, no entanto, não têm tanto prestígio com o torcedor alvinegro e foram alvo de muitas críticas ao longo de toda a disputa.

“Apoiar não quer dizer que não cumpriremos o nosso papel de órgão fiscalizador. Enxergamos nessa candidatura a única possibilidade de trazer o Corinthians para a realidade, voltando a penar em seu maior patrimônio: o torcedor”, escreveu a torcida em nota.

Melo foi condenado em 2015 por crime contra a ordem tributária a dois anos, 10 meses e 20 dias de reclusão em regime aberto. No entanto, a condenação foi convertida em pena pecuniária e prestação de serviços à comunidade, já cumpridos em 2017. A sonegação de R$ 342.705,10 de ICMS teria acontecido entre 2002 e 2005 na empresa Vic Confecções e Bolsas, a qual o candidato afirma ter vendido em 2003.

Ao longo do período eleitoral, houve diversas trocas de acusações. Foram vazados alguns áudios de Melo em que ele usa termos racistas e gordofóbicos para se referir a Aparecida Antônia Manoel de Oliveira, conhecida como Tia Cida, cozinheira do União Barbarense, clube de Santa Bárbara d’Oeste em que o novo presidente do Corinthians atuou no passado.

Melo admitiu a veracidade dos áudios, mas disse que eles estavam descontextualizados. O caso foi parar na Câmara Municipal após um pedido do presidente da Casa, o vereador Milton Leite (União Brasil), que estava concorrendo ao posto de vice na chapa de André Negão, para que a denúncia fosse apurada na CPI da Violência e Assédio Sexual contra as Mulheres.

A eleição no Corinthians também foi marcada por questões envolvendo violência e ameaças. Em maio de 2023, Augusto Melo revelou que foi alvo de ameaças de morte contra ele e sua família. Na véspera da eleição, a sede do clube, no Parque São Jorge, amanheceu com marcas de tiro e pichações.

A chegada de Augusto Melo à presidência do Corinthians põe fim a 16 anos de poder do grupo intitulado Renovação e Transparência, cuja liderança é exercida pelo ex-presidente Andrés Sánchez. Depois de Sánchez, passaram pela presidência do clube: Mário Gobbi, Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves.

O Corinthians não sabe o que é ganhar um título desde 2019, quando ergueu o tricampeonato paulista. Na esfera nacional, a última conquista do Brasileirão foi em 2017, enquanto em competições continentais, o time não ergue uma taça desde 2013, quando levou a melhor na Recopa sul-americana.

O sucessor de Duílio Monteiro Alves deve contar com uma receita de quase R$ 1 bilhão, mas com uma dívida próxima ao mesmo valor, além da missão de chegar a uma acordo com a Caixa Econômica Federal para a quitação da Neo Química Arena e a reformulação do elenco.

Entre os planos de Augusto Melo está a contratação de jogadores para compor o time titular sob o comando de Mano Menezes. Ele promete um “choque de gestão” para que o clube recupere prestígio dentro e fora de campo. Algumas das iniciativas seriam a contratação de uma auditoria externa e a inclusão de sócios-torcedores entre os eleitores.

O novo presidente também planeja ampliar a capacidade de público da Neo Química Arena, saltando dos atuais 49 mil para cerca de 66 mil lugares, e contratar uma empresa para ajudar na administração da casa corintiana.

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