O repórter Alexandre Henderson, da Globo, se emocionou durante a cobertura do velório de Elza Soares para o Bom Dia SP desta sexta-feira (21/1). A lendária cantora faleceu nessa quinta-feira (20/1), aos 91 anos, de causas naturais, e recebeu as últimas homenagens de amigos e familiares no Theatro Municipal do Rio.
O momento emocionante ocorreu quando Alexandre contava que era fã da cantora e exaltava sua relevância para a população negra. “A Elza cantou muito que ‘a carne mais do mercado é a carne negra’. Foi uma mulher atuante: denunciou e falou sobre o racismo, sobre a opressão da população negra, foi uma mulher que se posicionou muito em relação às questões da mulher, da comunidade LGBTQIA+, uma mulher a frente do tempo. Elza foi uma artista muito, mas muito necessária e muito atual”, disse.
“Deixa uma lacuna na música popular brasileira, mas também um legado. Aquele corpo que está ali é de uma mulher que marcou sim a história da música brasileira, a história do Brasil. Uma mulher com uma lucidez política estrondosa. Sou fã de Elza, estou muito tocado porque a Elza marcou diversas gerações, cantou com diversos cantores e gêneros. Estou com o coração na mão e nó na garganta que a gente se despede dessa cantora, uma das maiores do mundo”, concluiu o jornalista.
Elza também foi homenageada no Jornal Nacional. Após exibição de matéria, Renata Vasconcellos também se emocionou e encerrou o telejornal com a voz embargada.

Elza Gomes da Conceição nasceu na favela carioca de Moça Bonita, em 23 de junho de 1930

Aos 91 anos, no dia 20 de janeiro de 2022, Elza faleceu de causas naturais, em casa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora

Ao todo, Elza teve sete filhos. Aos 21 anos, Elza já era viúva do primeiro marido e tinha perdido dois de seus filhos, que morreram de fomeMaterial cedido ao Metrópoles

"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo o mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim"Michael Melo/Metrópoles

Mesmo com a dor, Elza presenteou o mundo com seu jeito único de cantar. Ela se tornou uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira. Iniciou a trajetória nos concursos de rádio, no anos 1950. Nas décadas seguintes, construiu uma grande trajetória no sambaReprodução/Instagram

Ao longo da brilhante carreira, Elza Soares lançou 34 discos e, nos anos mais recentes, aproximou-se de sons contemporâneos, como o hip-hop e a música eletrônicaReprodução/Instagram

O disco A Mulher do Fim do Mundo foi eleito pelo jornal The New York Times como um dos 10 melhores do ano de 2016. O último álbum dela foi Planeta Fome, lançado em 2019Reprodução/Instagram

Em 1963, ela gravou a canção Eu Sou A Outra, sobre o assunto, sacudindo a sociedade conservadora do BrasilReprodução/Instagram

A morte da cantora ocorre exatos 39 anos depois da morte de Garrincha, com quem ela foi casadaReprodução/Instagram

Elza Soares e Garrincha, ídolo do Botafogo, viveram um romance cheio de altos e baixos de 1966 a 1982. O relacionamento entre eles começou escondido, pois Garrincha era casado na época e a cantora foi taxada de amante do jogador e responsável pelo fim do matrimônio anterior dele.A paixão entre os dois durou 17 anos e eles tiveram um filho, Júnior, que morreu em 1986, em um acidente de carroKeystone-France/Gamma-Keystone via Getty Images