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Novelas, séries e streaming: veja balanço da década de 2010 na TV

Da novela global Avenida Brasil ao poder das plataformas de streaming, confira os principais destaques

atualizado

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TV Globo/Divulgação
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1 de 1 avenida-brasil5 - Foto: TV Globo/Divulgação

Antes que alguém reclame, sim, eu sei que a década só muda de verdade em 2021. Ou melhor, não tenho certeza. Há controvérsias. Mas como diria Chacrinha, o Velho Guerreiro, eu não vim para explicar, eu vim para confundir. Quero mais é aproveitar o ensejo das retrospectivas e garantir uma leitura agradável naquele recesso maroto. Para isso analiso um panorama dos dez últimos anos na televisão. Combinado?

Vimos esta década com outros olhos – e em outras plataformas. Alguns fenômenos, outros fracassos do Ibope. O conceito de audiência mudou. A invasão do streaming nas salas de casa e os celulares. Tanta coisa aconteceu. Voltemos então no tempo, a 2010. A Xuxa ainda estava na Globo, Hebe no SBT, teve BBB, Corrida de São Silvestre dia 31 de dezembro. Tudo estava como conhecíamos até então.

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Novelas

No campo da teledramaturgia, seguia-se o esquema folhetinesco tradicional, com uma ou outra inovação aqui e ali. Mal sabíamos nós que a nossa novela de cada dia teria uma revolução. Começou em março de 2012. João Emanuel Carneiro voltava ao horário nobre, depois de A Favorita (2008), com outra história de vingança.

Avenida Brasil juntava elenco certo, trama certa, momento certo. Nina, Carminha, a ascensão da classe C, a dança charme, o Divino. Sucesso estrondoso, palpável. Não se falava em outra coisa. Inclusive nas redes sociais. A audiência passou a se dividir entre on-line e off-line. Ao fim da novela, como acontece com qualquer outro sucesso, elevou-se o nível do jogo.

O problema é que os próximos jogadores não tiveram a tarimba necessária para ganhar de goleada. A hegemônica Rede Globo teve que amargar nos anos seguintes baixos índices de audiência e até mesmo encarar a concorrência. Babilônia, outra aposta das nove, flopou. Os conservadores não gostaram do romance lésbico de duas mulheres idosas, a maldade das protagonistas não atraiu e as mazelas sociais também mostradas no noticiário contribuíram o fracasso.

Muitos migraram para a Record, onde Os Dez Mandamentos ameaçou até a próxima empreitada, A Regra do Jogo, do mesmo João Emanuel Carneiro de Avenida Brasil que, desta vez, não emplacou.

Para não dizer que não falei dos sucessos, Amor à Vida (2013) trouxe Walcyr Carrasco para o horário das nove com bons índices no Ibope, além da marca de primeira novela a mostrar um beijo entre dois homens, algo impensável até poucos anos antes, quando uma cena semelhante foi cortada de América. Se Gilberto Braga escorregou com Babilônia, Insensato Coração, no início dos anos 2010, agarrou o público.

Aguinaldo Silva teve bons momentos, Império, e outros não tão memoráveis, O Sétimo Guardião. Nos outros horários, autores despontaram, caso de Lícia Manzo (A Vida da Gente, Sete Vidas), Duca Rachid e Thelma Guedes (Cordel Encantado, Joia Rara), Daniel Ortiz (Alto Astral, Haja Coração), Rosane Svartman e Paulo Halm (Totalmente Demais, Bom Sucesso), dentre outros. Foi reativado também, brevemente, o horário das onze, com remakes bem sucedidos de O Astro, Gabriela e O Rebu, além de originais, tal como Verdades Secretas.

Depois viraram superséries (Os Dias Eram Assim, Onde Nascem Os Fortes). O SBT começou a década com produções originais de Tiago Santiago, Uma Rosa com Amor e Amor e Revolução, e depois investiu nas versões brasileiras de clássicos infanto-juvenis (Carrossel, Chiquititas). Mesmo esquema da Record TV, que das contemporâneas (Balacobaco, Pecado Mortal) passou para as
bíblicas (O Rico e O Lázaro, Apocalipse), e atualmente abre espaço para as duas (no ar Amor Sem Igual e vem aí Gênesis).

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Streaming e séries

Se por aqui Avenida Brasil e outras novelas mudam o panorama das telenovelas, um serviço até então desconhecido no país revolucionou como vemos TV de forma geral. House of Cards abriu um novo mercado para o audiovisual do mundo todo. Foi a primeira produção original da Netflix, moderno sistema de assinatura de filmes e séries exibidos por streaming on-line, em 2013. Vieram Orange is The New Black, Narcos, Stranger Things e tantas outras. Tantas que uma só empresa não daria conta da demanda. Aí estrearam a Amazon Prime Video, a Apple TV+

House of Cards foi inegavelmente uma pioneira, símbolo desta nova era na dramaturgia. A série também pode ser considerada outro marco do segmento televisivo nesses anos 2010. Quando denúncias de assédio sexual contra Kevin Spacey saíram na mídia, trazidas à tona pelo movimento Me Too, que denunciava esse tipo de práticas no entretenimento, o protagonista da série foi demitido. Não só ele. Jeffrey Tambor, de Transparent, outra precursora, desta vez da Amazon, também levou cartão vermelho da produção. Provas de que Hollywood está mais engajada.

Mas não só pelos escândalos. Histórias sobre, escritas, dirigidas e estreladas por negros, mulheres e LGBTs ganharam espaço (Pose, The Handmaid’s Tale, Atlanta). Ainda falando de TV gringa, vivemos grandes fenômenos, tais como Breaking Bad, Mad Men, Downton Abbey, The Americans e, tenham gostado do fim ou não, Game of Thrones.

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Jornalismo e entretenimento

Entrando na seara das notícias, os últimos dez anos nos trouxeram novidades no jornalismo. A maior delas talvez tenha sido a ida de vários profissionais da área para o entretenimento. Fátima Bernardes é um dos cases de maior sucesso, desde 2012 em seu encontro matinal com o público na tela da Globo. Ana Paula Padrão também migrou, no caso dela para o MasterChef Brasil, da Band.

Seguem a lista ainda Tiago Leifert (Zero 1 e BBB), Zeca Camargo, Patrícia Poeta (É de Casa), Fernanda Gentil (Se Joga). Outro importante nome das notícias inclui Maju Coutinho, atualmente no comando do Jornal Hoje, que foi a primeira mulher negra à frente do Jornal Nacional.

Desde 2010, testemunhamos o fim de algumas eras. A dos programas infantis, por exemplo. Não temos mais tantas sessões de filmes na programação. O humor de bordões dá lugar a sátiras mais críticas. Muitos ídolos saíram de cena. Mas outros atores cresceram, programas foram criados, assuntos ganharam espaço. A TV mudou. Ainda bem. E quem não gostar, é só pegar o controle remoto e mudar de canal.

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