Compartilhamento de senhas faz com que a Netflix deixe de faturar muito dinheiro

Compartilhamento de senhas faz com que a Netflix deixe de faturar muito dinheiro

Uma prática comum entre assinantes de streaming é o compartilhamento de login, isto é, um assinante “empresta” suas credenciais de acesso para que amigos ou familiares possam utilizar. Essa prática representa perdas astronômicas para as plataformas.

Vide o caso da Netflix nos Estados Unidos. De acordo com dados da própria companhia no quarto trimestre do ano passado eram 58.49 milhões de assinantes, sendo que 28% – cerca de 16,38 milhões de assinantes – compartilham sua senha com uma pessoa. Somente na terra do Tio San o serviço de streaming de Reed Hastings deixa de faturar US$ 147 milhões por mês, quase US$ 1.8 bilhão ao ano. Num panorama global, a Netflix estaria perdendo cerca de US$ 4.2 bilhões ao ano.

A prática do compartilhamento de senha é tão comum quanto maratonar alguma série. De acordo com um levantamento, realizado pelo site CordCuttin.com, um em cada cinco assinantes da Netflix nos Estados Unidos utiliza a plataforma através da conta de uma outra pessoa.

A popularidade da Netflix também se reflete quando comparado a outros serviços da mesma categoria. O compartilhamento de contas é feito por 28% dos americanos, enquanto no Hulu e no Amazon Prime Vídeo essa prática é comum entre 22% e 10% de seus assinantes, respectivamente, de acordo com um estudo da Leichtman Research Group. Evidentemente a Netflix também larga na frente em relação ao número de assinantes: 139 milhões. O Amazon Prime Vídeo conta 100 milhões e o Hulu com 25 milhões.

No mesmo levantamento da CordCuttin.com, 53% dos entrevistados dizem que pagariam por uma conta caso perdessem o acesso através do compartilhamento da conta de um amigo ou familiar. Esse percentual pode continuar crescendo à medida que o catálogo da Netflix se torne mais interessante. O próprio CEO da Netflix já declarou que acha o compartilhamento de login uma coisa positiva em muitos casos.

O compartilhamento de senhas também tem seu lado obscuro, há um mercado paralelo que revende esse tipo de informação, uma prática ilegal. Para combater esse mercado um serviço chamado Credentials Sharing Insight, da empresa inglesa Synamedia, promete resolver a questão. Sua plataforma utiliza inteligência artificial para barrar esse compartilhamento de senhas – que acaba afetando a todos, tanto usuários que apenas compartilham com seus amigos quanto os que tornam isso um negócio.

A empresa se baseia em um conjunto de critérios, que passam pela localização física; padrões de reprodução, como horário de uso; ou verificar o conteúdo que está sendo transmitido, a fim de identificar comportamento incomum (séries ou filmes que comumente não são reproduzidos pela determinada conta).
Com base nessas pistas, a Synamedia está programando modelos para classificar os usuários em uma escala de 1 a 10, o que indicará se é provável que as senhas estejam sendo ou não compartilhadas.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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