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Netflix: Carmen Sandiego atualiza a história da maior ladra do mundo

A trama ganha enfoque renovado e boas doses de discussões educacionais

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Carmen Sandiego vem na safra do resgate, promovido pela Netflix, de atrações de sucesso do passado. No entanto, assim como ocorreu com She-Ra, a nova produção não se limita a uma repaginada no design – um pouco mais refinado na história da ladra mundial –, o serviço de streaming oferece enfoque inédito, temas educacionais e uma abordagem feminista.

Ao contrário das produções anteriores sobre Carmen Sandiego, o foco da nova série é na ladra – não na perseguição dela. Descobrimos o passado da menina, encontrada em Buenos Aires e criada por um grupo de vilões, a V.I.L.E. Ao descobrir as tramoias de seus “amigos”, ela se vira contra eles e, usando seus incríveis talentos “gatunos”, decide sabotá-los.

Assim, ela vira uma espécie de Robin Hood: rouba dos ladrões e doa o dinheiro (ou as peças) a museus e instituições de caridade. Em cada uma de suas aventuras, ao lado do hacker Player e dos irmãos Ivy e Zach, ela viaja a vários lugares do mundo. Aqui entra o lado educacional do desenho.

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Em cada um dos países visitados por Carmen Sandiego, o espectador é apresentando a um pequeno conjunto de informações culturais e geográficos do local. Descobre-se que o Equador é campeão na exportação de pescados e, devido à sua altitude, conhecido por deixar as pessoas sem fôlego. Um desenho animado, caros adultos, é na maior parte do tempo um passatempo infantil: neste contexto, a produção da Netflix alia diversão e aprendizado de maneira interessante.

Além disso, os nove episódios da primeira temporada fluem bem para quem gosta de uma boa história: o roteiro consegue ligar todas as pontas, viajando ao passado da ladra e retornando ao momento presente para seguir com a trama. A cada episódio, a sequência ganha novos personagens, conferindo agilidade ao desenho.

Temas atuais
Carmen é uma adolescente (ou jovem adulta) na produção, mas nem por isso os produtores esquivaram-se de tocar em questões relevantes do século 21. Chamam atenção, por exemplo, a utilização de personagens masculinos como alívio cômico e a presença de mulheres nos postos de grandes guerreiras (Tigresa e a Treinadora Brunt).

A presença feminina em cargos importantes é reafirmada com a Chefe: a líder da ACME, principal organismo internacional de investigação, é uma mulher negra. E contrasta muito bem com o detetive Chase Devineaux, o típico homem que não aceita muito bem a opinião das mulheres e, em meio à sua arrogância, acaba sendo driblado por Carmen.

A relação de Devineaux com sua assistente, Jules Argent, deixa ainda mais clara a ideia de mostrar como a prepotência machista do detetive o prejudica. Ele se recusa a ouvir a colega mais nova, faz tudo ao seu próprio jeito e comente um caminhão de burrices. É notável perceber que a investigadora logo decifra o perfil de Carmen Sandiego e elas criam uma curiosa relação de amizade.

Carmen Sandiego é uma boa aposta da Netflix, principalmente, dentro da faixa de jovens e adolescentes, que estava um pouco à margem das produções originais.

Avaliação: Ótimo

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