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She-Ra, da Netflix, é uma heroína mais humana, melhor e millennial

O reboot não agradará fãs saudosistas, mas dá um ar de frescor ao clássico de desenho

atualizado

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Netflix/Divulgação
She-Ra-6
1 de 1 She-Ra-6 - Foto: Netflix/Divulgação

O mundo mudou bastante desde 1985. Naturalmente, um reboot de um desenho clássico exibido há 33 anos, precisava de uma atualização. She-Ra: A Princesa do Poder, nova produção da Netflix, atualiza estética e eticamente a atração.

Na trama, dividida em 13 capítulos, algumas coisas seguem iguais: Adora é She-Ra, ela mora em Etéria, luta contra a Horda e invoca seu poder mágico de uma espada gritando seu conhecido mantra  “Pela honra de Greyskull”.

As semelhanças encerram-se aí. Logo de cara, chama a atenção o estilo do desenho: que abandona o pretenso realismo dos anos 1980 e mergulha a personagem no design gráfico de Steven Universo e Hora da Aventura.

O traço não é a única (nem mesmo a principal) novidade deste reboot. A transição millennial da guerreira ocorre, também, em seus dilemas éticos e morais. She-Ra não é aquela heroína formada, dona e segura de todos seus atos. Nem mesmo ostenta a áurea bidimensional (bem x mal), é mais complexa e humana.

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De início, trata-se de uma adolescente que, ao descobrir seus poderes mágicos, passa a se questionar sobre sua origem. Criada nas fileiras da Horda, Adora luta contra a própria consciência ao decidir abandonar o regime ditatorial de Hordak e Sombria para lutar ao lado da Rebelião e suas princesas.

Como jovem, Adora se encanta com os poderes de She-ra. E passa a tentar entender seu papel na guerra que ocorre em Etérnia. É aqui que o desenho desenvolvido por Noelle Stevenson acerta mais: mergulha a trama de fantasia em um contexto atual, de questionamentos emocionais, humanos e reais.

As escolhas de Adora – abandonar suas origens, rebelar-se contra amigos de longa data, lutar por novos objetivos – deixam marcas físicas e emocionais. Tudo isso muito bem elaborado pelo roteiro da obra.

Tem para todo mundo
É impossível não falar do critério inclusivo do programa. As princesas aparecem em todos os tipos de corpo (magras, altas, baixas, gordas…) e etnias (asiáticas, negras, brancas). O próprio Arqueiro abandona o estilo Village People e ressurge como um jovem negro. Ponto positivo!

A relação “amiga-rival” com Felina, inclusive, foi vista por alguns como uma sutil referência a um romance LGBT. As duas dormiam juntas e a separação parece deixar fortes marcas em Adora e na nova capitã da Horda.

O reboot da Netflix acerta em cheio ao trazer She-Ra para o mundo atual, dialogando com problemas e questões da nova geração millennial. Fãs saudosistas podem não gostar, mas vemos uma heroína muito mais completa 33 anos depois.

Avaliação: Ótimo

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