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Aumenta audiência em serviços de streaming e caem adesões à TV paga

Plataformas como Netflix, Mubi, Oldflix e Crunchyroll cada vez mais fazem parte do dia a dia dos brasileiros.

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Controle remoto TV
1 de 1 Controle remoto TV - Foto: Reprodução

Os serviços de streaming de vídeo dominam cada vez mais a internet e passam a fazer parte do cotidiano das pessoas, que inserem em seu dia a dia plataformas como Netflix, Mubi, Oldflix e Crunchyroll.

A Netflix, serviço de filmes e séries sob demanda pela web, é a campeã de audiência no Brasil. A empresa não informa números específicos no país, mas fechou 2014 com 13,8 milhões de usuários fora dos EUA, um aumento de 77% em relação ao mesmo período em 2013.

Paralelamente a isso, as adesões de pacotes de TV por assinatura diminuíram consideravelmente. Segundo dados da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), houve um recuo de 4,3% nos assinantes de TV paga entre abril de 2015 e abril de 2016.

Crescimento à vista
Para especialistas, o tráfego de dados pela internet no Brasil deve crescer quase três vezes de 2015 até 2020, quando pode superar a marca de 4,4 exabytes por mês. O número equivale a 2,6 vezes o registrado no ano passado, quando o total chegou a 1,7 exabyte — cada exabyte corresponde a 1 bilhão de gigabytes, o mesmo que 7 trilhões de vídeos do YouTube.

De acordo com estudiosos, mesmo sem nenhum número concreto que mostre a crescente evolução dos serviços de streaming de vídeo no Brasil, há, no entanto, uma alteração no comportamento do usuário.

Para Fabricio Tamusiunas, gerente do sistema de medição de qualidade da Internet do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto (NIC.br), houve uma mudança no horário em que o internauta mais fica conectado.

“Antes, o pico acontecia entre 9h e 18h. Hoje isso mudou. Temos o maior fluxo das 20h às 22h, ou seja, quando as pessoas já saíram do trabalho e estão em casa. Portanto, quando deveriam estar vendo TV, por exemplo, elas estão conectadas na internet”, diz ele.

“Neste horário, chegamos a alcançar a velocidade de 1.7 bits por segundo. Algo muito alto para essa faixa de horário. Para se ter uma ideia, ao meio-dia temos 1.2 bits por segundo. A tendência é de que eles estejam utilizando algum serviço de streaming de vídeo (isso também inclui o Youtube) devido à alta velocidade de consumo de dados”, explica.

Streaming vs TV por assinatura
“A Netflix mais produz conteúdo do que necessariamente compete com a gente. A empresa está se consolidando como produtora de séries e filmes. Nos Estados Unidos, por exemplo, isso já ficou mais claro”, diz Oscar Vicente Simões de Oliveira, presidente executivo da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA).

Para não perder assinantes, o que restou às TVs por assinatura foi apostar no streaming dentro de suas plataformas. O mais conhecido é o Now. O serviço gratuito para clientes em HD da NET tem um acervo com produções que acabaram de sair dos cinemas (a maioria paga, com aluguel na faixa de R$ 10).

Nele, pode-se ver, gratuitamente, séries da GNT, programas de receitas e até desenhos animados. Canais como Telecine, TNT, Space, Cartoon Network e FOX também oferecem seus conteúdos que podem ser vistos onde e a qualquer hora do dia por intermédio dos aplicativos para computadores, tablets e celulares.

Os chamados serviços On Demand (apelidados por alguns canais de Play ou Go) são gratuitos e só exigem que o cliente contrate o pacote completo com sua TV por assinatura.

Modelo a ser repensado
Segundo o presidente da Converge Comunicações, Rubens Glashberg, a inclusão do streaming no cotidiano das pessoas faz com que o modelo televisivo seja repensado, mas não extinto.

“A TV por assinatura ainda é importante pela questão do ao vivo. No esporte funciona assim. Quem quiser ver o resultado imediato de uma prova dos Jogos Olímpicos do Rio, por exemplo, precisará assistir à transmissão em tempo real. Tem a questão da adrenalina”, ele afirma.

“Não imagino um mundo com todo o conteúdo televisivo exclusivamente na internet. Queremos manter a filosofia da programação. A ideia é de que essa seja nossa única fórmula de sobrevivência”, complementa o VP Jurídico da ABTA, José Francisco de Araújo Lima.

Problemas técnicos
Para Fabricio Tamusiunas, o uso dos serviços de streaming de vídeos no Brasil só não é maior por conta dos problemas técnicos em várias regiões do país. “Quanto melhor a conexão do usuário, mais ele sente vontade de usar a internet. Se eu tenho uma velocidade mais lenta, terei um vídeo ruim e que trava várias vezes”.

As regiões mais ricas têm tecnologias mais novas e capazes de ofertar serviços de qualidade para o usuário. Os serviços de streaming de vídeo analisam a qualidade da internet do usuário. Quando o usuário tenta acessar os serviços de streaming no País ele verá um vídeo bom ou ruim. Daí ele prefere comprar um DVD pirata”, conclui ele.

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