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Medina, do Los Hermanos: “Queremos curtir ter nova música para tocar”

Em entrevista ao Metrópoles, o tecladista da banda revela os bastidores da nova turnê

atualizado

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Los Hermanos
1 de 1 Los Hermanos - Foto: Divulgação

O Los Hermanos é daquelas bandas que dividem opiniões: enquanto alguns idolatram outros torcem o nariz aos primeiros acordes. No entanto, ao que parece, os apaixonados seguem saudosistas do quarteto barbudo que mistura rock’n’roll com letras românticas e ritmos brasileiros. Parte dessa falta no coração dos fãs será aplacada com o show neste sábado (27/04/2019), no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

A apresentação atual tem algo de novidade – mesmo que as turnês esporádicas da banda sejam marcadas pelos sucessos do passado. Após 14 anos sem inéditas, Marcelo Camelo, Rodrigo Barba, Rodrigo Amarante e Bruno Medina lançaram em 2019 Corre, Corre. O single avivou nos fãs a ideia de um disco de retorno. Porém, a ideia não cativa os artistas.

“Nesse momento estamos focados em curtir essa sensação de ter uma música nova para tocar, a primeira em 14 anos, sem pensar muito no que isso significa ou no que está por vir. Quanto a um disco a ser lançado no futuro, acho pouco provável, visto que hoje vivemos em países diferentes e os compromissos individuais que cada um assumiu dificultam a viabilidade de um projeto dessa natureza”, contou Medina, ao Metrópoles.

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Há quem enxergue nas reuniões do Los Hermanos – sem gravar um disco novo, como fizeram Os Tribalistas – uma espécie de caça-níquéis: um suposto interesse em faturar uma grana em cima da saudades dos fãs. Amarante, em 2015, negou veementemente tão hipótese. “A gente acabou no auge porque a gente não é negócio. Nunca foi negócio”, disse à época.

O debate, que já movimentou muita mesa de boteco, não parece importar ao público. Essa já é a quarta turnê do Los Hermano após o “recesso por tempo indeterminado” ocorrido em 2007 – mesmo assim, os shows seguem lotados. “Certamente, ainda existe muita que quer nos ver tocar. O segredo da longevidade que estamos alcançando é que tudo acontece de uma maneira muito orgânica, despretensiosa, sem pensar no próximo passo”, avalia Medina.

Boa parte do “frenesi” a cada retorno, sem dúvidas, está ligado ao status conseguido pelo grupo na música nacional. No começo dos anos 2000, em um período grande de mudanças no Brasil e na indústria fonográfica, o grupo trouxe uma sonoridade diferente do Rock BR produzido nas décadas anteriores. Puxado pelo sucesso do indie no cenário internacional, o quarteto estabeleceu no país um som mais melódico.

“De fato nossa carreira atravessou um período de muitas transformações para a indústria musical. Dizem que fomos uma das últimas bandas a lançar demo em cassete e possivelmente a primeira brasileira a ter um disco vazado na internet. Testemunhamos de perto a mudança na relação com rádios e gravadoras a partir do advento do digital. Talvez o que tenha de mais característico da banda seja ter conseguido levar ao mainstream uma sonoridade de rock mesclada a outros estilos nacionais”, atesta Medina.

Caso sigam o repertório apresentado no Lollapalooza Argentina em março, a plateia brasiliense poderá dançar ao som de O Vencedor, Retrato Pra Iaiá, Além do Que Se Vê, Todo Carnaval Tem Seu Fim e Último Romance. Em terras portenhas, Anna Júlia – a música mais polêmica do repertório – foi tocada. Será que por aqui se repete?

Los Hermanos em Brasília
No dia 27 de abril de 2019, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, a partir das 18h. Ingressos a R$ 120 (arena), R$ 150 (cadeira) e R$ 200 (área premium). Valores de meia-entrada e sujeitos a alterações. Classificação indicativa 18 anos. À venda on-line ou na loja Eventim do Brasília Shopping, de segunda a sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 13h às 19h

 

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