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Lives, drive-ins e lançamentos: como foi a música brasileira em 2020

A pandemia de coronavírus impediu a realização de shows presenciais, mas os artistas se reinventaram e o público teve muita música neste ano

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Leonardo durante live
1 de 1 Leonardo durante live - Foto: Reprodução

Em um mundo acometido pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a música foi a saída para entreter aqueles que cumpriram o isolamento social dentro de casa em 2020. De março em diante, com as restrições aos shows presenciais, artistas fizeram da internet um verdadeiro palco virtual e apostaram nas lives para entregar entretenimento aos fãs.

No início, as propostas eram em performances menos elaboradas, quase convidando o público a se sentir em casa, como fez Leonardo, Ivete Sangalo, Bruno e Marrone e Alok. Mas nos meses seguintes, para atrair maiores audiências, a aposta passou a ser em megaestruturas e lives com prêmios e sorteios.

Na agenda dos finais de semana, um repertório eclético. Do rap ao funk, passando pelo sertanejo e a música clássica, fazendo, em um primeiro momento, adesão às transmissões ao vivo ser massiva. Essa foi uma das formas encontradas pelos artistas para tentar compensar  as perdas com a suspensão dos shows presenciais.

Apresentações com todos os formatos foram realizadas, de festivais com diversas atrações às performances para arrecadação de fundos. Eventos tradicionais, como a Festa do Peão de Barretos, precisaram ser reinventados e adaptados às exibições à distância.

No YouTube, o tempo de visualização nas telas de televisão de apresentações gravadas de música ao vivo aumentou mais de 100% entre julho de 2019 e julho deste ano. Gerente de Cultura e Tendências do YouTube Brasil, Bruno Telloli avalia as principais tendências da plataforma em 2020.

“Foi um ano sem precedentes. Passamos mais tempo em casa do que nunca, descobrimos novos hobbies e novos hábitos. Por isso, o consumo de vídeos também se transformou. Isso pode ser percebido com o fenômeno das lives musicais. Apesar de já serem populares em verticais como games e esporte, foi durante a pandemia que os artistas de música se voltaram para esse recurso com maior intensidade para se conectarem com seu público e também com novas audiências”, considera Bruno.

Live de Marília Mendonça bate recorde no YouTube
No dia 8/04, a live de Marília Mendonça bateu o recorde mundial de usuários simultâneos no YouTube: 3,3 milhões de espectadores

Foi na febre das lives deste ano que a cantora Marília Mendonça abocanhou o primeiro lugar no ranking mundial do YouTube com o vídeo com maior audiência ao vivo. Em uma apresentação transmitida em maio na plataforma, a Rainha da Sofrência alcançou uma audiência sem precedentes, com picos de 3,3 milhões de espectadores simultâneos, gerando mais de 55 milhões de visualizações até novembro.

Drive-ins

Os shows em formato drive-in surgiram como uma das primeiras oportunidades de entretenimento fora de casa depois que começou a pandemia. Logo que começaram, filas marcaram a superlotação em apresentações de vários ritmos em todos os cantos do Brasil.

Em espaços como estádios e arenas, entre buzinas e luzes altas, estacionados em frente a um palco e dentro de seus respectivos veículos, o público teve a oportunidade de conferir performances de seus artistas prediletos.

Auê da Adriana Samartini no Festival Drive-In
Auê da Adriana Samartini no Festival Drive-In

Artistas como Jota Quest, Ivo Meirelles, Leo Chaves, Raça Negra, Belo e Nando Reis são apenas alguns que abraçaram o formato de show e atenderam a expectativa dos fãs.

Em São Paulo, a arena Allianz Parque sediou apresentações do forró ao reggae, com programação também para as crianças. Enquanto a novidade não agradou alguns, outros viram consideravam a oportunidade uma chance de sair um pouco de casa sem colocar a segurança em risco.

Em Brasília, por exemplo, mais de cinco projetos de drive-in (mesclando shows musicais, teatro e cinema) mantiveram programação ao longo dos meses de maio e setembro.

Singles, EPs e álbuns

Quem achou que a pandemia iria frear a quantidade de lançamentos musicais no Brasil se enganou. Entre singles, EPs, álbuns e videoclipes, artistas aproveitaram o tempo em quarentena para criar novos conteúdos ou até mesmo tirar antigos projetos do papel.

Como foi o caso da dupla Maiara e Maraísa que lançou o EP Aqui Em Casa. A cantora Claudia Leitte usou o tempo disponível durante o isolamento para dar vida ao trabalho lançado recentemente, Sol a Sol. O duo OutroEu também aproveitou a pausa nos shows para se dedicar à construção e lançamento do álbum O Outro é Você.

Alguns nomes como Wesley Safadão, Péricles, Marília Mendonça e César Menotti & Fabiano decidiram aproveitar as lives que transmitiram para lançar singles, EPs e DVDs com as gravações do que foi ao ar ao vivo.

Falando em single, ainda neste ano, foi possível observar uma tendência de lançamento. Grandes artistas do Pop, como Gloria Groove e Anitta, e do sertanejo, como Jorge e Mateus e Gusttavo Lima, optaram por divulgar novos trabalhos parcialmente, soltando singles e deixando de seguir o antigo costume de lançar um álbum completo de uma só vez.

As plataformas digitais foram uma mão na roda para entregar tanto conteúdo ao público final. Foi neste ano que o Spotify, por exemplo, viu a quantidade de usuários disparar. Em outubro, o streaming musical alcançou a marca de 144 milhões de assinantes.

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