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De Lemonade a Everything Is Love: como Beyoncé revolucionou a carreira

Desde 2013, artista pop vem mostrando músicas que misturam trajetória pessoal com feminismo, movimento negro e raízes familiares

atualizado

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1 de 1 Beyonce1 - Foto: Stela Woo/Arte/Metrópoles

Ninguém na música pop mexeu tão positivamente na carreira quanto Beyoncé nos últimos cinco anos. Desde o disco homônimo de 2013, a cantora adotou uma postura livre, independente e autêntica em relação ao próprio trabalho.

Lança álbuns de surpresa, dos visuais e conceituais Beyoncé (2013) e Lemonade (2016) ao recente colaborativo Everything Is Love, com o marido Jay-Z, e faz questão de filiar suas texturas musicais de R&B, soul e rap a uma variedade impressionante de temas e interesses: das raízes familiares à vida pessoal – sem esconder contendas matrimoniais –, do feminismo ao movimento negro.

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A revolução artística de Bey começa no fim de 2013, quando o mundo da música foi pego de supetão com um álbum homônimo poderoso e sofisticado. A presença de timbres eletrônicos veio acompanhada de um bem-vindo empoderamento feminino.

Em canções inspiradas, ela rasgou o verbo sobre sexualidade (Drunk in Love e Partition), pressões sociais de ideais de beleza sobre as mulheres (Pretty Hurts) e, mais importante, autossuficiência, casamento, vida a dois e maternidade (Mine).

Felizmente, Beyoncé não pararia por aí. Visualizada por meio de um ambicioso filme de uma hora de duração, a produção de Lemonade mostrou as credenciais de uma das maiores artistas musicais do século 21. As obras-primas dela estão todas aqui: Don’t Hurt Yourself, Hold Up, Daddy Lessons, entre outros títulos.

Uma colagem complexa capaz de articular, a um só momento, afrofuturismo, religiosidade iorubá, poesia negra, discurso de Malcolm X, inferno conjugal provocado pela traição de Jay-Z (All Night), feminismo, referências aos Panteras Negras e ao movimento #BlackLivesMatter associadas a críticas à violência policial (Formation). Nos timbres, um mix de blues, rock e jazz com seu usual R&B contemporâneo.

Em 2018, chegamos a Everything Is Love, a primeira vez em que Beyoncé e Jay-Z gravam um disco juntos — afinal, esta é uma obra do casal Carter, como anunciado nos créditos. Apesar de não soar tão instigante quanto os CDs antecessores, o álbum cristaliza como que uma reconciliação após as crises narradas em Lemonade e os desabafos somados a pedidos de desculpas mostrados em 4:44, mais recente trabalho solo do rapper.

No single Apeshit, o power couple reafirma a herança africana enquanto celebra suas trajetórias pessoais de sucesso, temas que permeiam todo o álbum. A identidade negra aparece com mais contundência na bela Black Effect, em que o amor entre os dois também se traduz por meio da identidade racial.

“É quando você quebra alguns ovos / E você mistura as cascas / Tentando achar aquelas que combinam / E você acha o par perfeito / Quando você acha o par perfeito / Essa compatibilidade resulta em paixão”, diz a introdução.

Com uma atmosfera mais retrô do que de costume, Everything Is Love representa a terceira metamorfose artística e confessional de Bey nos últimos anos. Um período de traumas que também a ajudou a forjar uma épica revolução pessoal e artística no mundo pop. “Essa praia nem sempre foi um paraíso / Mas os pesadelos só duram uma noite”, ela canta no coro de Lovehappy, canção que fecha o disco.

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