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Crítica: Solange ameniza tom e valoriza seu estilo em When I Get Home

Novo álbum da cantora segue estética do anterior, A Seat at the Table, mas tem músicas com letras menos substanciais

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Gary Miller/Getty Images
Day For Night
1 de 1 Day For Night - Foto: Gary Miller/Getty Images

Pouco mais de dois anos após lançar o excelente álbum A Seat at the Table, Solange apareceu com um novo compilado bastante experimental: When I Get Home, disco com 19 faixas, sendo cinco interlúdios e um intervalo entre as 13 novas canções. A artista mantém a estética da obra anterior, tratando – em menor escala – da questão racial e das microagressões sofridas pela população afrodescendente nos Estados Unidos.

Para esse trabalho, Solange escalou um time de peso para a produção de cada música. Nomes como Pharrell Williams, Christophe Chassol, Metro Boomin e Devonté Hynes assinam as faixas. Quem compôs as canções e escreveu cada letra, no entanto, foi a própria Solange. Com uma equipe tão diversa, fica claro que o é um disco de autoria, estética e sonoridade próprias.

Os rappers Gucci Mane e Tyler, The Creator conferem um tom hip-hop ao jazz modernoso da ótima My Skin Is My Brand, enquanto Sampha repete a dobradinha com Solange – os dois trabalharam no hit do disco anterior, Don’t Touch My Hair – na romântica Time Is. Outra participação mais que especial está no primeiro interlúdio do álbum: a cantora usou o áudio das atrizes Debbie Allen e Phylicia Rashad declamando um poema da mãe delas, a indicada ao Pulitzer Vivian Allen.

 

A melhor canção do álbum talvez seja Almeda, gravada ao lado dos cantores The-Dream e Playboi Carti. Nos versos, a celebração das cores preta e marrom, da cultura e da gastronomia negra. Em um jogo de palavras – “blackberry the masses” vira, facilmente, “bury the masses” –, uma provável referência ao genocídio sistemático da população afrodescendente em todo continente americano.

Solange demonstra, por outro lado, uma imensa certeza na “fé negra”, a crença em seu povo não a abandona apesar da chegada da fama.

A segunda parte do álbum não deixa a desejar, mas está aquém de sua primeira metade. Solange opta por repetir versos e sonoridades fluidas entre viradas surpreendentes de notas de jazz. O tom, no entanto, vai ficando ameno: parece que ela não quis chegar a uma conclusão. O clima morno é decisão da artista, que claramente não quis dar a essa obra um final explosivo. Em When I Get Home, Solange se firma como artista-conceito, calcada na própria estética para tratar de temas caros à sua comunidade.

Avaliação: Bom

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