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Vencedor do prêmio Sesc, defensor público do DF lança “Última Hora”

Aos 34 anos, José Almeida Júnior ambienta narrativa no Brasil dos anos 1950 e acompanha as contradições de um jornalista em conflito

atualizado

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Kenia Ribeiro/Divulgação
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1 de 1 defensor - Foto: Kenia Ribeiro/Divulgação

Defensor público do Distrito Federal, José Almeida Júnior agora pode se considerar um escritor. “Última Hora”, seu primeiro romance, acaba de ser publicado pela editora Record, passo concretizado após a vitória no Prêmio Sesc de Literatura na categoria de melhor romance, em junho. Potiguar radicado em Brasília há dez anos, ele lança o livro nesta terça (5/12), no Sesc Presidente Dutra (Setor Comercial Sul).

“Escrevo já há cerca de cinco anos”, conta Júnior, nascido em Mossoró, no Rio Grande do Norte. “Sempre quis ser publicado, ter obra em livraria. É muito bom ser reconhecido como escritor. Quando você escreve e não é publicado, não tem como dizer que é escritor. Embora passe horas e horas escrevendo”, reflete.

Descrito como um romance histórico, “Última Hora” tem um protagonista ficcional inscrito num momento político verídico da vida brasileira. Nos anos 1950, Marcos, jornalista e militante comunista, se vê obrigado a trabalhar para a empresa de comunicação que empresta título ao livro.

Record/DivulgaçãoMais do que ideologias a seguir, ele precisa de um salário para seguir vivendo. Para isso, precisa se submeter ao diário fundado com apoio do então presidente Getúlio Vargas.

Protagonista ficcional, trama histórica
O repórter acompanha de perto a intensa rivalidade entre seu chefe, Samuel Wainer, e Carlos Lacerda, dono do “Tribuna da Imprensa” e principal opositor do governo. Júnior recorreu a livros de memórias escritos por ex-jornalistas do “Última Hora” para criar o personagem principal.

“Boa parte era comunista. Mas aos poucos eles foram se tornando getulistas”, detalha o autor. “Eu tentei compor esse personagem com base nessas memórias, mas também dar uma visão própria. Se eu fosse escrever o livro como pensavam os jornalistas da época, não ficaria original. Já tem bons livros de pessoas que retratam e viveram esse período”.

“Última Hora”, o livro, também empenha recursos literários para construir um painel da vida brasileira nos meses que antecederam o suicídio de Getúlio Vargas, em agosto de 1954. Antes do romance, Júnior escreveu outra narrativa de fundo histórico, ambientada no século 19. O autor negocia para ver o escrito publicado em breve.

Tenho recebido retorno de pessoas que veem conexão entre o que aconteceu em 54, com suicídio de Getúlio, e o Brasil dos últimos anos, especialmente com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Antes, Getúlio também sofreu processo de impeachment. Mas, quando escrevi, não quis fazer esse paralelo para não contaminar a narrativa. Literatura não tem que ser partidarizada, senão empobrece. Cada leitor tira suas conclusões

José Almeida Júnior

Lançamento de “Última Hora” (R$ 44,90), de José Almeida Júnior
Terça (5/12), às 19h30, no Teatro Silvio Barbato (Sesc Presidente Dutra, Setor Comercial Sul, quadra 2). Também será lançado o livro “O Abridor de Letras”, de João Meirelles Filho (PA), vencedor do Prêmio Sesc de Literatura na categoria contos. Entrada gratuita. Classificação indicativa livre

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