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Roteiro de sebos no DF: de raridades a livros concurseiros bem baratos

Um passeio pelas livrarias de usados garante uma economia importante para estudantes, pais e leitores em geral

atualizado

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André Violatti/Especial para o Metrópoles
Sebão Livros Usados_Marina Rocha
1 de 1 Sebão Livros Usados_Marina Rocha - Foto: André Violatti/Especial para o Metrópoles

Resistindo aos avanços tecnológicos e às leis mercadológicas que os transformam em frágil concorrência perante as grandes franquias, os sebos ainda mantêm público cativo e importante papel no incentivo à leitura no país. Para se conservarem atraentes, as lojas de livros usados apostam na diversidade de títulos e, principalmente, abrem as portas a um tipo de clientela especializada: os concurseiros.

Apesar de pouco difundidos, os sebos estão espalhados por todo o Distrito Federal. No acervo, é possível encontrar raridades literárias – já não disponíveis nas redes tradicionais –, best-sellers adolescentes, títulos escolares e obras de direito constitucional e administrativo, muito utilizadas por quem pretende ingressar no funcionalismo público.

Além disso, as livrarias de bairro também oferecem artigos musicais variados, que vão de vinis, CDs, e DVDs a fitas VHS. A possibilidade de se fazer um bom negócio também é parte da rotina dos sebos. Há duas opções para os fregueses: economizar na compra de produtos mais baratos – e em excelente estado – ou ganhar dinheiro ao repassar para os livreiros aqueles exemplares há tempos esquecidos e empoeirados nas estantes.

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Atendimento personalizado

Vender livros é o ofício de Eric Dias, de 41 anos, há exatos 24. Dono da loja Saber Ler Sebo, ele conta que a ideia de entrar para o ramo foi dos pais. “Eles sempre gostaram de literatura e eram clientes de sebos. Um dia foram mal atendidos e decidiram montar o próprio espaço”, relembra. Desde a inauguração, o estabelecimento já passou por outros dois endereços, mas, há oito anos, ocupa o mesmo ponto em Taguatinga.

Com mais de 50 mil títulos no local e outros 30 mil guardados em um depósito – estas obras são comercializadas na internet, em plataformas como a Estante Virtual –, o empresário afirma não ter sentido os efeitos da crise político-financeira que vem afetando outros setores da economia. “Não foi nada demais para nós, até porque não estamos aqui apenas pelo dinheiro”, ressalta Eric.

Para ele, as livrarias de bairro conseguem estabelecer uma relação mais pessoal com os frequentadores. “Temos clientes bem antigos com quem fazemos amizade. Às vezes, eles passam aqui só para conversar e conhecer gente nova”, afirma o empresário.

Resistimos para ajudar a melhorar a cultura, para que as pessoas menos favorecidas possam ter acesso à leitura. Infelizmente, livros são muito caros em nosso país

Eric Dias

Segundo Eric, mesmo com as possibilidades de downloads e venda virtual, a maioria das pessoas ainda prefere os volumes físicos. “Nada substitui o prazer de folhear um livro, sentir seu cheiro, colocá-lo em uma estante e deixar o ambiente mais bonito”, considera.

André Violatti/Especial para o Metrópoles
Eric Dias herdou a livraria dos pais e ampliou os negócios

Materiais didáticos
Liderado por Gilvan Ema, de 54 anos, e sua esposa, Marina Rocha, de 40, o Sebão de Livros Usados é um dos mais antigos da cidade. Somente na quadra comercial da 409 Norte, o casal mantém a livraria há mais de 20 anos.

Mas a história de Gilvan com os livros é muito anterior. O comerciante se autointitula o livreiro mais antigo da capital federal. “Trabalhei no primeiro sebo da cidade, o Antiquários, na da década 1970, na 108 Sul. Fiquei lá durante 14 anos, até me mudar para a Asa Norte”, relata Gilvan.

Um dos grandes diferenciais do Sebão é a imensa oferta de materiais didáticos de toda ordem. “Normalmente, esses livros são muito caros, mas conseguimos oferecê-los aqui por praticamente a metade do preço”, garante Marina. De acordo com ela, além de estudantes, muitos professores procuram por exemplares. “Quem entra em um sebo pela primeira vez, acredita que irá encontrar produtos muito deteriorados, mas normalmente se impressiona com o ótimo estado dos produtos”, completa.

Todas as idades
É um equívoco comum imaginar que os sebos são frequentados exclusivamente por pessoas mais velhas e saudosistas. As livrarias recebem público variado. É o caso dos primos Vittoria Gomes, de 14 anos, e Pedro Henrick Gomes, de 13. Os jovens leitores ficam encantados com a prateleira de gibis do Sebão de Livros Usados, de onde são vizinhos.

“É tão barato que a gente tem vontade de levar todos”, brinca Pedro. Fã do cartunista Mauricio de Sousa e da série Divergente, de Verônica Roth, Vittoria garante amar a leitura. “Incentiva muito a minha imaginação e me ajuda na escola também”, reconhece.

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Vittoria Gomes e Pedro Henrick Gomes são inspirados pelas obras de Mauricio de Sousa

Principais Sebos do Distrito Federal:

ASA SUL

Pindorama – 505 Sul, Bloco A, Loja 41, W3 Sul. Fone: (61) 3443-3425

Quiosque Cultural – Conic (Setor de Diversões Sul). Fone: (61) 99601-1221


ASA NORTE

Sebinho – CLN 406 Norte, Bloco C, Loja 44. Fone: (61) 3447-4444

Sebão de Livros Usados – CLN 409, Bloco D, Loja 71. Fone: (61) 3447-6672


TAGUATINGA

Saber Ler Sebo – CSB 7, Lote 5, Loja 7 – Taguatinga Sul. Fone: (61) 3563-1097

Vitória Livraria – QNE 1, Lote 13, Loja 1 – Taguatinga Norte. Fone: (61) 3355-2513

Luíza Livros – Lotes 14/15, Bloco G, Box 01, Galeria Vasp – Taguatinga Norte. Fone: (61) 99136-6521

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