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Vik Muniz sobre preconceito com quadrinhos: “Está se dissipando”

O artista plástico Vik Muniz assina a exposição GIBI, na SP Arte, com sete painéis de mosaico feitos com revistas em quadrinho

atualizado

André Telles/Divulgação
Vik Muniz assina a exposição GIBI, na SP Arte

Vik Muniz, 61 anos, é um dos mais conhecidos artistas plásticos do Brasil. A fama é fruto da criatividade, que já entregou produtos como Lixo Extraordinário, talvez o mais famoso de sua carreira. Na edição 2023 da SP-Arte, que segue até domingo, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo (SP), ele inova mais uma vez.

O artista plástico apresenta a exposição GIBI, que, em um espaço de 26 m², usa a histõrias em quadrinho para recriar sete paineis sobre a história de Walt Disney.

“As história em quadrinhos (HQs) estão presentes na vida de quase todas as pessoas da minha geração, principalmente aquelas que cresceram na periferia e não tinham acesso a grandes bibliotecas. Minha casa não tinha tantos livros assim, por isso, a banca de jornal era o espaço por onde entravam novas experiências em minha vida”, conta Vik Muniz, em entrevista ao Metrópoles.

Nas peças, Muniz trabalha com os personagens do gibi Mickey e seus Amigos, em um mosaico que reutiliza as histórias antigas para criar novas. Entre todos os tipos desenhados, um deles ocupa especial na memória afetiva do artista. “Lembro de gostar do Tio Patinhas, não pelo fato de ser um pato, o que me fascinava era que ele era rico, nadava em moedas”, comenta.

Em GIBI, Vik Muniz busca salientar uma certa incoerência. Tratado, por muito tempo, como uma arte menor, os quadrinhos ocupam uma exposição de prestígio. Para o artista, isso é o marco de uma mudança de olhar.

“Esse preconceito vem, gradualmente, se dissipando. A gente sempre desenvolveu formas artísticas na escrita e na imagem, mas a gente teve muita pobreza para criar uma interface com essas duas formas de arte. Os quadrinhos são extreamamente importantes porque eles têm a riqueza da interpretação da imagem, com tempo para se ver todas as sutilizas, e tem igualmente a serialidade do cinema”, concluiu Vik.






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