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Alfinete Galeria, agora na 103 Norte, começa o ano com Gê Orthof e coletiva de artistas brasilienses

Em pouco mais de dois anos de funcionamento, o espaço independente comandado por Dalton Camargos esquentou a cena da cidade e chega a 2016 em novo endereço

atualizado

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Fotos: Leonardo Arruda/Metrópoles
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Inaugurada em julho de 2013 em uma pequena sala na comercial da 116 Norte, a Alfinete Galeria rapidamente se tornou um centro gravitacional e um ponto de encontro informal para as artes plásticas da cidade. Dalton Camargos (foto no alto), o proprietário, aposta em nomes quentes, gente de diferentes gerações, e banca propostas ousadas e experimentais em variados suportes e materiais. Essa aposta de se firmar a médio e longo prazo, sem apelos óbvios ou concessões abertamente comerciais, vem se pagando. Tanto que Dalton primeiro ampliou seu empreendimento, anexando a sala vizinha, e agora…

Depois de uma breve e estratégica pausa de fim de ano para festas e mudanças, Dalton reabre a Alfinete no próximo sábado (16/1), às 17h, em novo endereço. Agora ocupando um imóvel maior, de 60 metros quadrados, na comercial da 103 Norte. De frente para os pilotis de um bloco residencial, entre um salão de beleza e um delivery de comida chinesa, a Alfinete 2.0 se espalha por dois andares: térreo e subsolo.

Delivery chinês
“Já vinha paquerando este espaço faz um tempo, por ser maior que a galeria anterior e ter duas salas que permitem uma articulação de exposições mais interessante”, comenta Dalton Camargos, ao receber a reportagem do Metrópoles com a casa ainda em meio aos trabalhos. “E gostei da vizinhança. Gostei deste jardim meio mal cuidado e gostei mais ainda de ter um delivery chinês ao lado. Nada pode ser mais urbano e mais contemporâneo do que um delivery chinês, não?”

Os entregadores do restaurante realmente parecem atarefados. Mas caberá a Gê Orthof dar as boas-vindas na nova Alfinete. Vencedor do prêmio Marcantonio Villaça de 2015 e mestre de toda uma geração de realizadores brasilienses, Gê apresenta na sala térrea a instalação “Confabulo [Matulo me Mato]”. Inspirada no clássico romance “Moby Dick”, de Herman Melville, a peça é composta por  frágeis caixinhas de vidro, espalhadas pelo chão, sobre as quais (mal) se equilibra uma pendente e periclitante estrutura de varetas de madeira que repousa apenas em ímãs e alfinetes.

A instalação de Gê Orthof ocupa a entrada da galeria

 

Figurativismo desfigurado
Com todo cuidado para não esbarrar na obra de Gê Orthof, o visitante pode descer a escada e, conhecendo a sala inferior da Alfinete, encontrar uma seleta de artistas locais. Cabem por ali os veteranos Andréa Campos de Sá e Elder Rocha, companheiros de geração de Gê e, assim como ele, professores da Universidade de Brasília.

Mas a coletiva “Forma Adiante” traz também os jovens Camila Soato, Derick Sorato e Leopoldo Wolf, além da estreante Bia Leite, uma estudante da Universidade de Brasília que participa de sua primeira mostra profissional. Único forasteiro na Alfinete, Marcelo Gandhi é um artista potiguar radicado na cidade de São Paulo. Ele comparece com uma série de desenhos feitos a partir das vísceras de carrapatos esmagados.

Assim Gandhi talvez se revele aqui o representante mais extremo do que busca a curadoria de Gregório Soares e Dalton Camargos nesta mostra: obras que desconstruam as imagens e as formas, com variados graus de violência, subvertendo os ancestrais suportes do desenho e da pintura.

No subsolo, obras aos poucos tomam seus lugares nas paredes
No subsolo, as obras aos poucos tomam seus lugares nas paredes

 

Calendário 2016
Todos os artistas envolvidos nesta reabertura da Alfinete Galeria são representados por Dalton Camargos. E quase todos já tinham passado pela antiga lojinha da 116 Norte. A única exceção cabendo a Bia Leite, uma aposta de Dalton para os próximos anos.

Quanto ao futuro mais imediato, a Alfinete já tem uma lista de artistas encaminhados para as mostras individuais ao longo desta temporada 2016. A saber, por enquanto… Virgílio Neto, Ananda Giuliani, Ludmila Alves, Thales Noor, Miguel Ferreira, Gregório Soares, Márcio H. Mota e Elder Rocha. Completam o time, a baiana Eneida Sanches, o goiano Dalton Paula e a portenha Elisa Luna.

A ideia é sempre ocupar os dois andares da galeria, e lançar aos artistas envolvidos o desafio de dialogar suas exposições com a arquitetura da casa. “Eles têm que conviver com o espaço, se relacionar com o ambiente, o que acabam fazendo de forma muito feliz”, acredita Dalton Camargos.

Programação além das exposições
A Alfinete Galeria seguirá abrigando seus tantos projetos para além das exposições em si. Entre eles, cursos de cinema e de arte, conversas com artistas, lançamentos de livros, mostras de vídeo, apresentações musicais, performances e happenings.

“Se eu fosse um desses milionários mecenas das artes, tratava de abrir uma galeria pequena em cada uma dessas ruas comerciais da cidade”, sonha Dalton Camargos, baixando a porta de ferro da Alfinete ao fim do expediente e pagando uma cerveja no restaurante ao lado. “Imagina o impacto que isso teria?”

De sábado (16/1) até 6/2, na Alfinete Galeria (103 Norte, Bloco B, Loja 66; 9981-2295). De quarta a sábado, das 15h às 19h30. Entrada franca. Livre.

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