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Julianne Moore luta pelos direitos homossexuais em “Amor por Direito”

No filme que chegou aos cinemas na quinta (20), a atriz interpreta uma policial lésbica que sofre de um câncer e batalha para deixar pensão para a companheira, vivida por Ellen Paige

atualizado

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julianne moore e ellen paige
1 de 1 julianne moore e ellen paige - Foto: Divulgação

No longa “Amor por Direito”, que estreou nos cinemas nesta quinta (20/4), Julianne Moore interpreta uma personagem real, Laurel Hester, policial de Nova Jersey que, em 2005, descobriu que estava com câncer e, consciente de seu estado terminal, requereu pensão para a companheira, Stacie Andree (Ellen Page). O pedido foi negado pela comissão da polícia que analisou o caso.

O ativista Steven Goldstein (Steve Carell) deu visibilidade à história e criou um comitê para lutar pelo casamento de pessoas de mesmo sexo em Nova Jersey. O caso foi julgado numa instância superior e a pensão acordada, pouco antes da morte de Laurel. O caso inspirou o diretor Peter Sollett a fazer “Amor por Direito”.

O filme estreou no Festival de Toronto, em setembro passado. Em julho, a Suprema Corte dos EUA havia reconhecido o direito do casamento entre iguais, o que criou um clima de simpatia favorável ao drama. Havia uma expectativa de que Julianne e Ellen recebessem indicações ao Oscar, o que não ocorreu. Aqui, Julianne Moore comenta o filme e a importância do tema que ele trata.

Ganhar um Oscar
“Não é por vaidade. Mas o Oscar tem um poder incrível. Dá visibilidade a obras que, de outra forma, muitas vezes passariam despercebidas. Toda luz sobre ‘Amor por Direito’ é bem-vinda. O filme trata de um tema da maior relevância social e individual. Não é justo que homossexuais continuem sendo penalizados, sem direito de amar e expressar seu amor.”

Assumir a sexualidade
“Nunca tive de esconder minha sexualidade. Nós, que vivemos abertamente, não temos ideia de como pode ser penoso ter de esconder sua natureza. Conversei muito com Ellen (Page) sobre assuntos de sexo. Sua honestidade e sinceridade me serviram de inspiração. Pode parecer banal dizer uma coisa dessas, mas só quem já precisou esconder-se sabe o que representa o alívio de ser quem se é, sem entraves nem barreiras A própria Ellen me dizia que teria sido muito mais exaustivo, do ponto de vista emocional, interpretar Stacie se ainda estivesse no armário.”

Trabalhar com Steve Carrel
“Conversávamos, nos intervalos de filmagem, sobre como é interpretar essas figuras muito reprimidas. Como atores, não nos cabe julgar nossos personagens. Eu, pelo menos, me empenho em defendê-los, tornando-os densos e atraentes para o público. Na maioria das vezes, recolho elementos do roteiro. Quando a personagem é real, como Laurel, o desafio é duplo. Quero captar e expressar sua alma, não traí-la.”

“Filme de mulher”
Existem vários filmes em ‘Amor por Direito’ — doença, hospital, julgamento, tribunal. Acima de tudo é uma ‘woman’s picture’, um filme de mulher, sobre como o preconceito ainda é forte na nossa sociedade. Quando começamos a fazer o filme, o Supremo (dos EUA) ainda não havia estabelecido jurisprudência sobre uniões estáveis de homossexuais. Tenho amigos que dizem que o cinema pode mudar o mundo. Não creio que o poder seja tão grande, mas a gente pode, com certeza, influenciar pessoas e refletir sobre movimentos de transformação social.”

A personagem
“O que mais gosto no roteiro e no filme é que Laurel não é uma heroína ‘bigger than life’, maior que a vida. Ela é uma mulher comum que resolveu ser policial porque acreditava na lei e no sistema jurídico que devia defender. Então, quando esse sistema começa a negá-la, ela vai em frente e luta porque não é mais só sua vida que está em jogo. É o sentido dessa vida, que ela só poderá transmitir para a companheira com o legado de sua luta.”

Vida em família
“Não é segredo para ninguém que tive um casamento mal-sucedido, que terminou em litígio. Só tenho de agradecer a(o diretor) Bart (Freundlich), com quem estou casada desde 2003, porque ele me permitiu construir uma família, uma união estável. Temos filhos maravilhosos, adoro meu trabalho. Então acho absurdo que outros não possam ter os mesmos direitos. E daí se Laurel e Ellen (Page) se apaixonaram por mulheres? Quem vai dizer que elas não têm o mesmo direito de ser feliz de mulheres como eu, que vivem em relacionamentos heteros?”

O diretor Peter Sollett
“Ele fez residência em Cannes e isso abre a cabeça de um jovem norte-americano, mesmo sendo de Nova York, que é uma cidade tão cosmopolita. O único longa anterior de Peter é Nick and ‘Norah’s Infinite Playlist’, sobre amigos de Nova Jersey que varam a noite em Nova York. É um filme muito interessante sobre choques culturais. Há só uma ponte entre as duas cidades, mas Nova York é no mundo e Nova Jersey é o interior. No fundo não é tão diferente ser do Brooklyn, como Peter, e viver em Manhattan, onde ele cursou a The New York University, que é parte do cosmopolitismo da cidade.”

Jogos Vorazes
“O público jovem com certeza me conhece mais por ‘Jogos Vorazes’ do que por ‘Para Sempre Alice’. Não discrimino meus trabalhos. Uma vez que aceitei, estou dentro. A formação de plateias é necessária e, depois, se ‘Amor por Direito’ é sobre comprometimento civil, ‘Jogos Vorazes’ é sobre jovens que combatem o totalitarismo. Tudo se junta e faz sentido, não?”

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