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Entre Mulheres é brutal e sensível como a fértil imaginação feminina

Indicado em duas categorias do Oscar 2023, Entre Mulheres chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2/3)

atualizado

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Cena do filme Entre Mulheres
1 de 1 Cena do filme Entre Mulheres - Foto: Divulgação

Entre Mulheres, filme indicado nas categorias Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado do Oscar 2023, estreia nesta quinta-feira (2/3) nos cinemas brasileiros. A produção, que arrebatou a crítica internacional, retrata o drama real de moradoras vítimas de violência sexual em uma comunidade cristã, a partir da adaptação de livro homônimo da autora Miriam Toews.

Dirigido por Sarah Polley, que também assina o roteiro, Entre Mulheres conta com elenco de peso, encabeçado por nomes como Claire Foy, Rooney Mara e Frances McDormand, com atuações dignas de um Oscar no longa, mas que infelizmente foram esquecidas pela Academia.

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O filme faz um retrato brutal, e ao mesmo tempo sensível, da história de mulheres que, ao longo de anos, são dopadas e estupradas por homens membros da própria comunidade. Ao relatarem as violências sofridas aos anciãos da vila, que desmerecem as suas denúncias e afirma que as feridas em seus corpos são ações de fantasmas e demônios, ou frutos da “fértil imaginação feminina”.

Ainda nos primeiros minutos do filme, as mulheres descobrem a verdade, se unem e formam um conselho para decidir como vão reagir aos abusos: se devem perdoar os agressores, se devem ficar na comunidade e lutar contra eles ou se partem da vila e, com isso, perdem “o seu lugar no céu”.

Nada do que está escrito acima pode ser entendido como spoiler, isso porque Entre Mulheres não é um filme sobre a violência, em si, ou sobre os abusadores. Esses, aliás, são relegados à escuridão, já que Sarah Polley opta por não mostrar o rosto de nenhum dos criminosos.

A produção acerta na dose entre a pancada no estômago e a mão delicada que cura, tudo embalado por uma fotografia concentrada nos tons frios e cinzentos, e que aumentam o ar sombrio das cenas, mas que também revela belíssimos raios solares em direção a um futuro esperançoso para as protagonistas.

Sem demonizar a fé, e sim os homens que distorcem a religião para manter a estrutura patriarcal de abusos e negação de direitos, o filme reforça a importância da sororidade e empatia entre nós, mulheres. Mas também passa recado importante aos homens, e aponta para a postura daqueles que pretendem combater o machismo e lutar por igualdade de gênero ao nosso lado.

Avaliação: Excelente

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