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Diretora de “Meu Passado me Condena” faz remake de filme argentino

Ao lado de Ingrid Guimarães, Miá Mello volta a trabalhar com a cineasta Júlia Rezende, agora numa versão brasileira de “Un Novio Para mi Mujer”

atualizado

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Diretora das duas sequências da comédia “Meu Passado me Condena”, com Fábio Pochart e Miá Mello, a cineasta Júlia Rezende anda ocupada com uma produção de encomenda. Ela dirige em São Paulo uma versão nacional do filme argentino “Un Novio para Mi Mujer”, que aqui ganha o título de “Um Namorado Para Minha Mulher”.

Na última quinta-feira (15/10), sob um sol de rachar, os raros transeuntes que passavam rapidamente pela Praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros, na capital paulista, nem se davam conta de que ali ocorria uma filmagem. Muito menos que as duas mulheres na barraca que simula uma feira orgânica são rainhas da bilheteria no cinema brasileiro.

Ingrid Guimarães é imbatível — a número 1. E não se pode minimizar a contribuição de Miá Mello (foto no alto) para que “Meu Passado me Condena 1” alcançasse 3,14 milhões de espectadores e “Meu Passado me Condena 2” chegasse aos 2,57 milhões. Isso, num ano difícil para o cinema brasileiro.

“Um Namorado Para Minha Mulher” foi encomendado a Júlia Rezende pela distribuidora Paris, que criou uma divisão de produção e adquiriu os direitos da produção argentina. A previsão de estreia é para junho de 2016. E como todo filme de Júlia Rezende, este trata de relacionamentos.

Tenho alma de loira, não adianta, mas, para sublinhar o que esse filme tem de diferente, achamos que teria de mudar. Acho que, no Telecine, o público nem sabe mais em que filme estou. É sempre a mesma loira

Ingrid Guimarães, que aparece morena no filme

Na cena que está sendo filmada, Caco Ciocler entra correndo no set para tentar falar com Ingrid, acompanhada da amiga Miá. Na trama, eles formam um casal junto há 15 anos. “Estou gostando de abordar esse casal que tem mais tempo junto e cuja relação está desgastada”, diz Júlia.

Tão cansados estão um do outro que Caco, sem coragem de dizer que quer se separar, contrata um sujeito (Domingos Montagner) para seduzir sua mulher e forçar Ingrid a pedir o divórcio. Ela descobre e agora trocam acusações. “O bom desse filme é que a gente teve uma fase de preparação, ensaiou. A Júlia dava a situação, mas não o diálogo pronto. A gente improvisava”, diz Ciocler.

Ingrid está sendo dirigida pela primeira vez por uma mulher, e isso, ela garante, faz uma diferença enorme. “Colocamos muita coisa de nossos casamentos nas cenas e nos personagens.” E a atriz está morena. “Tenho alma de loira, não adianta, mas, para sublinhar o que esse filme tem de diferente, achamos (Júlia e ela) que teria de mudar. Acho que, no Telecine, o publico nem sabe mais em que filme estou. É sempre a mesma loira.”

O desafio da diretora, Júlia Rezende admite, é reinventar o humor sutil do filme argentino. “Não é um remake, é uma adaptação. Inclusive, mudamos bastante.” O filme vai aumentar os milhões de espectadores dos filmes de Júlia? “Ah, é um filme de mercado e a gente se esforça para isso, mas confesso que sou desencanada.” Compreensível: o melhor filme de Júlia, o mais maduro, é “Ponte Aérea”, que fez míseros 40 mil espectadores, cerca de 1% do primeiro “Meu Passado Me Condena”.

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