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Crítica: Te Peguei! é um retrato cômico sobre infantilidade masculina

O filme é baseado na história real de um grupo de homens adultos que todos os anos brincam de pique-pega por 30 dias

atualizado

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Warner Bros./Divulgação
Te peguei
1 de 1 Te peguei - Foto: Warner Bros./Divulgação

Qualquer pessoa com mais de 30 anos sabe: é difícil manter amizades, principalmente à distância. Em Te Peguei!, primeiro longa de Jeff Tomsic, um grupo de cinco homens adultos nutre o relacionamento de infância com um ritual nada convencional. Durante todo o mês de maio, a turma brinca de pique-pega. O último “pego” do mês passará o ano inteiro envergonhado da terrível derrota.

A parte mais chocante da premissa não é o fato de o filme ser baseado em uma história real, mas constatar que o roteiro teve como ponto de partida uma reportagem de capa do Wall Street Journal sobre o citado grupo de amigos. Para recriar a situação absurda, o filme inventou seus personagens, claramente escritos para cada intérprete no elenco.

Assim, o abobalhado Hoagie é vivido por Ed Helms, de Se Beber, Não Case! (2009); o bonitão e bem-sucedido Bob é Jon Hamm, o inesquecível Don Draper de Mad Men (2007-2015); Jake Johnson, de New Girl (2011-2018), dá vida ao maconheiro Chilli enquanto Hannibal Buress e Isla Fisher preenchem a cota como Fumaça, o amigo negro, e Anna, a esposa de Hoagie.

Por fim, o invencível Jerry só poderia ser um Vingador: Jeremy Renner está absolutamente insuportável, como o papel manda, além de realizar acrobacias fantásticas nas cenas de perseguição do longa. O filme é muito bobo, mas é impossível ignorar o talento do elenco, tanto nas boas piadas, como nas ótimas cenas de ação.

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Talvez a grande falha de Te Peguei! (se desconsiderarmos a tola premissa em si) seja o tratamento leviano de assuntos sérios pelo bem da piada. Assim, o falso aborto de Susan (Leslie Bibb) e o câncer terminal de Hoagie destoam completamente do tom do filme, por serem episódios médicos graves demais para serem tratados por aqueles personagens, por aquele roteiro. As brincadeiras de mau gosto tornam-se interrupções bruscas no ritmo divertido do filme.

É impossível não se questionar, ao vermos a foto da turma original de homens privilegiados, se este não é simplesmente mais um filme sobre homens adultos agindo como crianças. Não há nada de errado em continuar brincando durante toda a vida, mas os dois pesos e as duas medidas são evidenciados na figura de Anna: ela organiza e mantém a turma brincando, embora não seja bem-vinda no pique-pega.

Em uma sociedade que exige maturidade de mulheres desde muito cedo, fazer um filme inteiro sobre homens que gostam de brincar soa como um endosso à infantilidade masculina, enquanto à mulher é designado o espaço da organizadora e conciliadora, a adulta por definição. Já chega, não?

Avaliação: Regular

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