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Crítica: “Me Chame Pelo Seu Nome” é tocante filme sobre autodescoberta

Produção LGBT estrelada por Armie Hammer e Timothée Chalamet acompanha romance ambientado nos anos 1980, na Itália

atualizado

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Sony/Divulgação
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1 de 1 me chame pelo seu nome6_ - Foto: Sony/Divulgação

“Me Chame Pelo Seu Nome” é desses filmes românticos que precisam de pouco para fisgar o espectador. Preenchidas por casas rústicas cercadas pela natureza e cidadezinhas ensolaradas, lindas locações ao norte da Itália embalam a história de amor de um adolescente de 17 anos e um universitário em visita ao Velho Continente.

Com uma vibração inegavelmente naturalista – o fotógrafo tailandês Sayombhu Mukdeeprom (“Tio Boonmee”) rodou o longa em película –, o diretor italiano Luca Guadagnino (“Um Sonho de Amor”) também se apoia no delicado folk de Sufjan Stevens (autor de três músicas para o filme) ao narrar as delicadezas, os silêncios e o sutil jogo de desejo e sedução de um relacionamento gay nos anos 1980.

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Elio (Timothée Chalamet) costuma passar as férias de verão lendo livros ao ar livre, comendo pêssegos e transcrevendo músicas clássicas. Sua sensibilidade artística é herdada dos pais, Annella (Amira Casar), também voraz leitora, e o Sr. Perlman (Michael Stuhlbarg), professor de arqueologia.

Romance de formação
O ano é 1983 e Perlman convida Oliver (Armie Hammer), um estudante universitário americano, para passar uma temporada em sua casa, a fim de que o pupilo o ajude a organizar papelada de pesquisa e, claro, também aprenda uma ou duas coisas sobre história, filologia, sítios arqueológicos e demais assuntos relacionados.

Os dois, Oliver e Elio, são judeus e compartilham dos mesmos interesses intelectuais. Mas o flerte começa, como esperado, no terreno da amizade, enquanto ambos nutrem casinhos com jovens mulheres da região. Sobretudo Marzia (Esther Garrel), parisiense bastante próxima de Elio.

Apesar de um certo excesso de cálculo na condução da história – é um filme que quer o tempo todo conservar um certo ideal de beleza (nos personagens e na imagem) –, Guadagnino consegue transformar o livro de André Aciman em uma narrativa charmosa e emocionalmente impactante sobre corpos imberbes em pleno e frutífero processo de autodescoberta.

“Me Chame Pelo Seu Nome” encontra seus melhores momentos quando vemos o inesquecível verão de Elio visualizado na tela. As noites calorentas no colo dos pais, os encontros furtivos com Oliver e a reveladora conversa com o pai nos momentos finais. Um filme sobre aproveitar a vida e tudo que ela oferece, sobretudo os momentos dolorosos de tão felizes.

Avaliação: Bom

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