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Crítica: Longe de Casa resgata veia romântica e aflita do Homem-Aranha

Sequência de De Volta ao Lar (2017) traz Tom Holland no papel de um Peter Parker dividido entre vida pessoal e super-heroísmo

atualizado

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Marvel Studios/Sony Pictures/Divulgação
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1 de 1 homem-aranha-longe-de-casa-zendaya-tom-holland1 - Foto: Marvel Studios/Sony Pictures/Divulgação

Homem-Aranha: Longe de Casa, sequência de De Volta ao Lar (2017), estreia nos cinemas com o peso de ser o primeiro filme do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) a suceder as tragédias e sacrifícios de Vingadores: Ultimato. Até por isso, Peter Parker (Tom Holland) retorna às telas um tanto pensativo. Sente saudade de seu mentor, Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), cuja imagem inspira homenagens mundo afora, e, ao mesmo tempo, carrega a responsabilidade de, aos 16 anos, substituir o mestre.

Não por acaso, ele herda do bilionário uma rede de satélites de vigilância e drones armados, além de Edith, inteligência artificial que faz interface com os aparelhos por meio de um par de óculos escuros, e Happy Hogan (Jon Favreau), fiel escudeiro do falecido vingador.

Se o principal acerto de De Volta ao Lar (2017) foi trabalhar um personagem já em andamento, sem repisar a ladainha de origem, Longe de Casa lida com compromissos mais imediatos. A missão do longa é encerrar a Fase Três do MCU e, de quebra, criar um ambiente favorável para o que veremos no próximo ciclo, ainda mantido em mistério pelos estúdios Marvel/Disney.

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Férias frustradas

O cineasta Jon Watts não é nenhum Sam Raimi, o habilidoso diretor da trilogia original do teioso (2002-2007), mas compensa a falta de apuro nas cenas de ação na acertada caracterização do personagem. O garoto colegial de De Volta ao Lar (2017) dá lugar a um super-herói afim de descanso e um adolescente apaixonado – por MJ (Zendaya, estrela da série Euphoria). A turma da escola sai de férias numa viagem pela Europa. Mas o trabalho não dá trégua.

Surgem entidades destrutivas que se utilizam de ar, água, fogo e terra para ameaçar a vida na Terra. São os Elementais. Eis que aparece, de outra dimensão, Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), o Mystério, um super-herói veterano cujo planeta foi varrido pelos inimigos. A resposta perfeita aos monstros.

Parker reluta em aceitar o “emprego” integral proposto por Nick Fury (Samuel L. Jackson) porque ainda não consegue se ver como alguém a par da tarefa de liderar os Vingadores – que, vale dizer, não estão disponíveis para combater os Elementais. Ele só quer ser um cara comum, no máximo o Amigão da Vizinhança em Nova York.

MJ, finalmente

Há uma virada logo cedo que vale esconder para não frustrar o programa. Basta dizer que, daqui em diante, esse dilema pode custar caro a Parker. De certa maneira, volta o Aranha atormentado de Tobey Maguire, com medo de perder quem ama (MJ, tia May, seus amigos), paranoico em relação à sua identidade e receoso de enfrentar as ameaças de um mundo em constante desajuste.

Ao mesmo tempo, Watts resgata uma das principais dinâmicas do personagem: seu relacionamento com MJ. Felizmente, ela ganha uma versão antenada aos dias atuais. Zendaya encarna uma adolescente questionadora, impetuosa e afiada nos chistes.

Por essas e outras, Longe de Casa parece um filme mais sólido do que De Volta ao Lar. Tira o herói de casa para retrabalhá-lo numa turnê europeia e, de quebra, recolocá-lo como um dos protagonistas da franquia, sem esquecer da veia romântica e conflituosa que sempre acompanha o teioso.

Desta vez, as ligações narrativas com o MCU incomodam menos do que de costume, mas ainda batem ponto como forma de garantir sequências. De qualquer maneira, o futuro de Tom Holland como Homem-Aranha soa inegavelmente promissor.

Avaliação: Bom

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