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Crítica: “Jason Bourne”, com Matt Damon, narra as origens do herói

Sob direção de Paul Greengrass (“Capitão Phillips”), o quinto filme da franquia narra uma nova caçada pelo habilidoso e rebelde ex-agente da CIA

atualizado

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Universal Pictures/Divulgação
Jason Bourne
1 de 1 Jason Bourne - Foto: Universal Pictures/Divulgação

O herói urbano contemporâneo, o refugo da CIA que a agência tanto tenta (e não consegue) “desativar”, o rebelde antissistema que expôs operações clandestinas e um esquema silencioso de vigilância internacional. Um sujeito mais habilidoso com punhos, celulares e computadores do que com as palavras. Por todos esses elementos atuais, Jason Bourne também se tornou símbolo de um certo cinema dos últimos 10, 15 anos: realista, trepidante, pessimista.

O quinto filme da franquia, intitulado “Jason Bourne”, leva seu nome por razões práticas: talvez porque finalmente vamos conhecer as motivações e o passado do herói. De volta ao papel, Matt Damon envelheceu 9 anos desde a última aventura, “O Ultimato Bourne” (2007).

No novo capítulo, ele ressurge como um sujeito em completo isolamento. Mais rude, ansioso, perturbado. No submundo da Europa oriental, participa de lutas ilegais para fazer alguns trocados – claro, ele vence os embates com alguma facilidade.

Com a estética “jornalística” de sempre – câmera na mão e fotografia de tons crus –, Greengrass constrói o básico de qualquer thriller internacional: mudanças de locações (Atenas, Londres, Las Vegas), jargão de espionagem, perseguições, ríspidas cenas de luta, agentes e diretores governamentais às voltas entre telas, computadores, celulares e ordens de busca.

Mais do mesmo: um pária na era da vigilância absoluta
Bourne volta a ser procurado quando uma antiga parceira, Nicky (Julia Stiles), faz um vazamento de relatórios confidenciais bem ao estilo Snowden: hackeia e obtém dados de operações secretas da CIA, incluindo Treadstone e Blackbriar, com as quais Bourne passou maus bocados nos filmes anteriores.

Tentando estancar a crise, Robert Dewey (Tommy Lee Jones) surge como o figurão oficial da vez: um diretor da CIA disposto a eliminar rastros. Para isso, ele ativa um mercenário sem nome (Vincent Cassel) para ir atrás de Bourne. Heather Lee (Alicia Vikander) é a novidade bem-vinda: uma analista que aparenta ser menos deslumbrada do que de costume.

Além de repetir esses estereótipos típicos da franquia – o cara-de-crachá poderoso, o assassino anti-Bourne – Greengrass ainda tenta atualizar a discussão em torno da vigilância absoluta. Encontra em Aaron Kalloor (Riz Ahmed) a figura um tanto singela do gênio da tecnologia que acaba de fundar uma popular nova rede social, batizada de Deep Dream.

Jornalista de formação, Greengrass leva para o filme uma certa descrença na hiperconectividade, no governo e na falta de privacidade. “Desconecte-se, sobreviva”, recomenda o protagonista em uma cena. Uma pena que “Jason Bourne”, tão preso a elementos visuais e narrativos já vistos nos filmes anteriores, avance tão pouco na mitologia do personagem. Uma tardia e débil história de origem.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Jason Bourne”.

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