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Crítica: “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” renova herói com comédia teen

Novo filme do herói da Marvel narra luta contra o vilão Abutre e as tentativas do Homem de Ferro de recrutá-lo para os Vingadores

atualizado

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Sony/Marvel/Divulgação
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1 de 1 homem-aranha-de-volta-ao-lar1 - Foto: Sony/Marvel/Divulgação

Em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, o amigo da vizinhança combate o crime de um jeito um tanto desengonçado. Numa perseguição a contrabandistas de armas ultratecnológicas, o adolescente de 15 anos atravessa cercas, interrompe um churrasco, desaba sobre telhados, destrói uma casa na árvore.

Lá pelas tantas, enquanto dispara teias para conter o furgão em alta velocidade, ele passa por uma casa em festa. Antes de cair na piscina, uma televisão ao lado da churrasqueira mostra uma cena de “Curtindo a Vida Adoidado” (1986).

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Ferris Bueller, um adolescente inquieto tal qual o super-herói da Marvel, corre pelo gramado da vizinhança. A filiação do novo Homem-Aranha às comédias teen — e ao que elas também guardam de dramático e inquieto — é a chave para entender o ressurgimento do vigilante de Nova York em “De Volta ao Lar”.

Um herói adolescente: alegrias e dilemas
Tom Holland é um Peter Parker com mais cara de garoto que as versões anteriores do herói, feitas por Tobey Maguire e Andrew Garfield. Após os eventos de “Capitão América: Guerra Civil” (2016), em que foi apresentado pela primeira vez, ele volta para casa, no bairro do Queens.

Toda a primeira hora de “De Volta ao Lar” é certeira ao apresentar uma crônica adolescente na forma de uma história sobre um super-herói em formação.

A dificuldade de Peter Parker de entender o potencial de seus poderes e as funcionalidades do traje presenteado por Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) é a mesma que ele tem de se situar no mundo, de demonstrar seus sentimentos por Liz (Laura Harrier), de cuidar melhor da tia May (Marisa Tomei).

Se “De Volta ao Lar” ficasse nas angústias e alegrias de ser adolescente, seria um filmaço. Mas o diretor Jon Watts, conhecido pelo thriller indie “A Viatura” (2015), tem uma série de formulários a preencher.

As obrigações de contrato e o terceiro ato problemático
O novo Homem-Aranha não é apenas um filme solo do herói, mas o 16º título (ou episódio, como queira) do chamado MCU, o Universo Cinematográfico Marvel. Um produto que precisa cumprir demandas de uma narrativa maior, interconectada a outros capítulos.

Por isso, Tony Stark é quase tão protagonista quanto Peter Parker. Ele surge aqui e ali com tiradas irônicas, atos de bravura e pílulas de sabedoria sobre como o discípulo deve se comportar se ele quiser entrar para o time dos Vingadores.

Não ajuda o fato de “De Volta ao Lar” desenvolver tão mal o vilão Abutre (Michael Keaton), chefe do contrabando de armas capaz de decisões brilhantes e estúpidas, e ter de infiltrar no terceiro ato uma subtrama imobiliária (!) sobre a mudança de sede dos Vingadores.

Problemas à parte, o novo amigo da vizinhança pelo menos supera (com folga) a fracassada franquia “O Espetacular Homem-Aranha”. Mas o auge do adolescente ainda está lá atrás, entre 2002 e 2004, quando o diretor Sam Raimi realizou duas das mais inventivas aventuras de super-herói já feitas.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”

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