metropoles.com

Cannes: “Rodin”, de Jacques Doillon

Um bio-pic não convencional de Auguste Rodin, mais chato que assistir argila secar.

atualizado

Compartilhar notícia

Festival de Cannes/Divulgação
Rodin
1 de 1 Rodin - Foto: Festival de Cannes/Divulgação

O cinema sobre artistas reserva seu olhar mais para pintores, músicos e escritores do que para escultores. Só que públicos ávidos por uma biopic sobre um destes, certamente não se contentarão com este exemplo. “Rodin” é um bio-pic não convencional de Auguste Rodin, um dos artistas mais interessantes e revolucionários do século 19, mas infelizmente é mais chato do que assistir um monte de argila secar.

Rodin é interpretado pelo excelente Vincent Lindon, vencedor de um prêmio de melhor ator em Cannes em 2016 por seu trabalho em “La Loi du Marché”. Sem atributos de um galã convencional, Lindon, tem um rosto memorável em suas rugas, linhas e expressões. É o rosto de uma pessoa experiente na vida, e com histórias para contar. Precisa de poucas palavras para dizer muito.

Lindon é a escolha perfeita para este tipo de papel, pois o Rodin que vemos não é um ser vitriólico ou tempestuoso. Lindon o interpreta com a rigidez de um bloco de mármore (ou de argila), e mesmo assim temos a impressão que o personagem tem uma rica vida interior, um mar de difícil navegação dentro de seu crânio que ele consegue reprimir sem problema algum para continuar projetando a imagem de um gênio seguro de si. De vez em quando algum comentário pseudo-filosófico para os outros ao seu redor, e suas explicações, para seus assistentes, do que a arte deve ser, ou do que a argila deve expressar, são pedantes e didáticas. Isso não é culpa da performance, mas sim do péssimo roteiro. Lindon é, de longe a melhor coisa do filme, especialmente quando está esculpindo.

“Rodin” é um pouco não convencional, pois não é um relato de vida do biografado, do nascimento até a morte, mas sim uma série de vinhetas, divididas por vários fades to black. Os episódios centrais são a dificuldade que ele tem com uma estátua de Balzac, seu trabalho na gigante escultura “As Portas do Inferno” e seu relacionamento com sua assistente, Claudel (Izïa Higelin), que a princípio não sabemos se é amoroso ou não. Infelizmente, a execução é bem menos interessante do que todos estas promessas mereceriam.

Avaliação: Ruim (1 estrela)

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?