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Vídeo: Coren denuncia falta de EPIs e superlotação em UPA do DF

Profissionais do Conselho Regional de Enfermagem fiscalizaram a unidade nessa terça e identificaram falhas na separação de pacientes

atualizado

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Reprodução
Pacientes esperando atendimento em UPA
1 de 1 Pacientes esperando atendimento em UPA - Foto: Reprodução

Com a escalada de casos de Covid-19 no Distrito Federal, as unidades de saúde da rede pública seguem superlotadas. Nessa terça-feira (23/3), profissionais do Conselho Regional de Enfermagem do DF (Coren-DF) fiscalizaram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia e identificaram falta de materiais e problemas na separação de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus de outros, não infectados.

Conforme Alberto César da Silva Lopes, vice-presidente do Coren, que esteve na unidade, os pacientes vão para alas diferentes ainda na entrada da UPA, porém há falhas na logística dentro da instalação. “O paciente que está internado sem Covid e precisa tomar banho só consegue usar o banheiro passando pela ala Covid”, conta.

No local, Alberto e o conselheiro do Coren Pablo Randel gravaram vídeos mostrando a situação e denunciando ainda a falta de equipamentos para verificar sinais vitais de pacientes, de luvas de procedimento, e de aventais para proteção (chamados capotes).

Confira as imagens:

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Além disso, de acordo com o vice-presidente da entidade, faltam medicações para sedação. Dessa forma, alguns pacientes com estado de saúde mais grave não estão tomando banho.

“Há medicações padrões para sedação e elas estão em falta. Então, os profissionais de saúde usam medicações similares, que não têm o mesmo efeito. Aí, eles não podem nem dar banho nos pacientes mais graves, porque dão banho no leito e pode desestabilizar quando movimentar, porque a medicação pode não sustentar a sedação”, aponta.

Outro problema citado é a superlotação. “A UPA não foi projetada para receber o tanto de paciente que está lá. Um setor que tem 14 leitos está com 21 pessoas”, exemplifica.

Segundo Alberto, o Coren agora enviará um relatório ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), cobrando ações da entidade, e encaminhará também a denúncia ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

“A gestão lá justificou para a gente que foram solicitados novos profissionais, mas que os que chegaram ainda não supriram a demanda”, diz.

Outro lado

Acionado pelo Metrópoles, o Iges-DF encaminhou nota nesta noite, na qual “esclarece que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia preza pela proteção de todos os profissionais que atuam na unidade. Por isso, frente à pandemia, situação que sobrecarrega a unidade com atendimentos acima da capacidade prevista, quando há falta pontual de algum equipamento de proteção individual (EPI), o item é substituído outro que tenha a mesma função”.

No texto, o instituto esclarecemos ainda:

“1 – No caso da falta pontual de luvas de procedimentos, foi feita a substituição por luva estéril. Portanto, em nenhum momento os profissionais de saúde ficaram luvas para trabalhar.

2 – Em relação aos capotes, a UPA Samambaia também fez a reposição por capotes laminados distribuídos para todos os profissionais, independentemente do setor.

3 – A unidade conta com medicamentos estoque regular para sedação de paciente e utiliza de acordo com o plano de ação  existente em todas as unidades.

4 – Não há falta de equipamentos para verificar sinais vitais de pacientes.

5 – Reforçamos, ainda, que os locais onde são atendidos pacientes com covid são isolados e os profissionais de saúde têm um espaço separado para colocar e retirar os equipamentos de proteção individual, evitando contaminação.

6 – Sobre a higiene, os pacientes sem mobilidade continuam recebendo o banho feito pela equipe de enfermagem no leito. Quantos aos pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19, eles têm áreas específicas para banho. Portando, é falsa a informação de que pacientes com outras patologias tomem banho em mesma área que pacientes com diagnóstico positivo de Covid”.

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