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Vidente vomitava carne crua e usava corante para simular sangue de vítimas

Durante o ritual, a golpista do DF chegou a afirmar que o filho de sua cliente seria atingido por uma bala perdida e morreria

atualizado

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1 de 1 jogo de tarot - Foto: istock

Investigadores da 4ª Delegacia de Polícia (Guará) receberam 18 denúncias de pessoas enganadas pela falsa vidente Vera Lúcia Nicolitch, 52 anos, conhecida como Dona Lúcia ou Dona Vera. O episódio mais recente ocorreu em abril deste ano, quando mãe e filha tiveram um prejuízo de R$ 3,6 mil ao contratar os serviços espirituais da sensitiva. A falsária usou de artifícios como vomitar pedaços de carne crua e usar corante em uma bacia de água para simular sangue.

De acordo com o depoimento das vítimas ouvidas na delegacia, a estelionatária procurou a mãe da mulher mais jovem em seu local de trabalho para informar que a filha corria risco de morte, pois era perseguida por espíritos malignos. No entanto, a vidente afirmou que poderia afastar as entidades mediante pagamento de R$ 1,8 mil. Assustadas, as duas resolveram dar a quantia pelo trabalho espiritual realizado na casa da vidente, no Guará.

Quando participavam da sessão espírita, a golpista começou, supostamente, a vomitar pequenos pedaços de fígado cru e disse às vítimas que a carne era reflexo do mal que perseguia a jovem. Aterrorizadas, as mulheres transferiram os valores para a conta bancária de Dona Lúcia.

Saiba mais sobre a investigação: 

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Bacia sangrenta

Mesmo depois de receber o pagamento pelo trabalho espiritual, a falsa vidente continuou a assediá-las, sempre pedindo mais dinheiro para fazer novos trabalhos. A falsária alegava que as clientes permaneciam envoltas de entidades do mal que tinham a intenção de matá-las. Em pânico, ambas entregaram joias e peças de vestuário como forma de pagamento pelos serviços espirituais.

Durante o novo ritual, a falsa cartomante afirmou que o filho da mulher seria atingido por uma bala perdida e morreria e a filha seria acometida por um câncer no estômago. “A vidente disse que seria necessário pagar R$ 1,5 mil para cada uma de sete entidades que seriam usadas em uma amarração para evitar a tragédia na família”, explicou o delegado adjunto João de Ataliba.

Para deixar a simulação mais convincente, a golpista pegou uma bacia com água e pediu uma camisa usada pelo filho. A blusa foi colocada no recipiente e, depois, retirada. A golpista pediu que a mulher torcesse o tecido e, ao fazer isso, a água ficou avermelhada. A vidente afirmou que o destino do filho da mulher seria a morte caso não pagasse. Desta vez, desconfiada, a vitima não efetuou o pagamento.

Os golpes

Alvo de cinco inquéritos instaurados pela PCDF envolvendo crimes de extorsão e estelionato, a falsa vidente deixou um rastro de desespero e prejuízo após explorar a fé das vítimas que cruzaram seu caminho. Entre os casos investigados está o da família de um servidor público aposentado do Itamaraty, que teve quase 200 mil de prejuízo após consultas dele, da mulher e da filha com Dona Lúcia.

O caso ocorreu em 2010 e só foi registrado neste ano, após a filha do servidor saber da prisão da golpista e seus comparsas. Segundo o delegado João de Ataliba, a mulher pode responder também por esse crime, mesmo tendo se passado uma década.

 

 

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