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UnB repudia ataque LGBTfóbico contra aluno e acionará Polícia Federal

Caso ocorreu nesta segunda-feira (7/12). Jovem é aluno de jornalismo da instituição e apresentava seu projeto de conclusão de curso

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1 de 1 guia-pra-sair-da-secaunb-michael-melo15112019 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após um aluno da Universidade de Brasília (UnB) sofrer, nesta segunda-feira (7/12), um ataque LGBTfóbico enquanto apresentava o próprio Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a Administração Superior da instituição e a Faculdade de Comunicação (FAC) repudiaram o caso.

Conforme nota enviada à reportagem do Metrópoles, a faculdade diz que “repudia veementemente” o que aconteceu e afirmou que “está em diálogo com a direção da Faculdade e com a Procuradoria Jurídica, avaliando as medidas cabíveis”.

Segundo a UnB, a instituição tem “compromisso com ações educativas para a promoção dos direitos humanos – uma frente de trabalho que vem sendo reforçada nos últimos anos, com iniciativas como o fortalecimento da Diretoria da Diversidade e a criação do Conselho de Direitos Humanos”.

A universidade ressaltou “que monitora a utilização dos canais oficiais disponíveis para as atividades remotas, como o ambiente Aprender 3 e o Teams, e que preza pela segurança no acesso a esses canais”.

Denúncia à PF

Já a FAC considerou o caso como algo “extremamente grave, uma forma de tentar intimidar a produção científica em comunicação e afastar as pessoas e a temática LGBTQIA+ da produção de conhecimento, da construção coletiva da esfera pública e da sua afirmação enquanto sujeitos”.

Em reunião do conselho da faculdade, ficou decidido, por unanimidade, “formalizar denúncia junto à STI (Secretaria de Tecnologia da Informação da UnB) e ao Gabinete da Reitoria, de modo que a Polícia Federal possa investigar o ocorrido e tomar as devidas providências legais”.

O caso

A apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Allan Montalvão foi alvo de ataques LGBTfóbicos nesta segunda-feira (7/12). Com o tema “Sem Sinal – Uma grande reportagem sobre o mercado de trabalho de telejornalismo para pessoas LGBTQIA+”, o vídeo mostrava entrevistas a jornalistas dessa comunidade, que relataram como é a batalha por vagas no mercado de trabalho.

Conforme o universitário conta, a banca tinha a presença virtual dos professores que avaliariam o trabalho, amigos e outras seis pessoas. “Como o link era público, pensei que [os seis desconhecidos] eram alunos interessados no tema ou em ver como funcionaria a apresentação de um TCC de forma on-line”, explica.

Contudo, após cerca de cinco minutos de apresentação, Allan diz que uma voz meio robótica começou a falar junto com ele. “Diziam que era para encerrar aquela chamada, pois iriam divulgar o IP de todo mundo. Quando olhei para a tela, eram várias contas mostrando uma mulher sendo espancada, a bandeira LGBT sendo queimada e a frase ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos'”, detalha.

Depois de alguns minutos sem que o estudante e os professores soubessem o que fazer, eles decidiram encerrar a chamada e fazer outra, dessa vez particular, para encerrar a apresentação. “Eu estou assimilando mesmo só agora. Estava tão ansioso para apresentar que não pensei, na hora, que era um ataque direcionado a mim”, comenta Allan.

A professora Letícia Renault, orientadora de Allan, afirma que nunca viu algo desse tipo: “Fomos pegos de surpresa. Imagens agressivas, um áudio distorcido. Não esperávamos isso”.

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Ataque foi gravado

Segundo o estudante, ele não deixará o episódio passar em branco. “Se está incomodando, eu fico feliz. Queria gerar um debate, não dessa forma, mas queria. Pretendo registrar ocorrência para que isso seja apurado”, afirma. A reunião foi gravada, mas Allan ainda não teve acesso ao vídeo.

Confira o trabalho de Allan:

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