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DF: um dia após sumiço, suspeito voltou a clube atrás de universitária

Segundo defensor, o rapaz, de 19 anos, último a ser visto com Natália Costa, foi lanchar após sair do local porque estava muito embriagado

atualizado

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Natália Costa
1 de 1 Natália Costa - Foto: Facebook/Reprodução

Durante o velório da universitária Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, a advogada Gabriela Fernandes Birnbaum apontou, ao lado da família, mais uma inconsistência no depoimento do jovem investigado, que voltou ao Clube Almirante Alexandrino um dia após o sumiço da moça. “Não existe namorada. Nunca apareceu e nunca foi chamada. A princípio, pela nossa linha de investigação, ela nem ao menos existe”, disse ao Metrópoles.

A versão é rebatida pelo defensor público André Praxedes, que acompanha o caso a pedido da família do jovem de 19 anos, a última pessoa a ser vista por testemunhas no Lago Paranoá com Natália. “Foi com a namorada para o churrasco e, em determinado momento, saiu para tomar uma ducha sozinho. E encontrou com a Natália”, ressaltou.

De acordo com Gabriela, “tudo indica que os dois se conheciam antes da festa”. Mas essa suspeita também é desmentida por Praxedes. “Ele disse com toda a certeza que nunca viu a menina. Foi uma situação [em] que eles se encontraram lá”, afirmou.

Para a família de Natália, há muitas brechas na história. “Ele deu dois depoimentos completamente divergentes. Estamos pedindo a quebra de sigilo telefônico e das redes sociais dela para rebater todas as acusações do suspeito. São alegações totalmente sem nexo e mentirosas. Não vêm batendo com nenhuma linha de investigação”, reforçou Gabriela Birnbaum. Perguntada sobre a possibilidade de a jovem ter se afogado, a advogada foi enfática: “Natália sabia nadar”.

Praxedes contou ainda que, logo após deixar Natália no Lago Paranoá, o suspeito voltou para a festa e informou o que estava ocorrendo. “Falou com as pessoas do grupo dele que a menina tinha ficado lá”, assinalou. Mas Praxedes não soube explicar por que o rapaz não voltou para buscá-la. “Talvez, pela inexperiência. Eram meninos jovens que podem não ter percebido a gravidade da situação na hora, por conta da embriaguez”, disse.

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O defensor afirma ainda que o jovem foi embora do churrasco acompanhado de duas pessoas. “Eles chamaram um carro e foram para o Subway. Ele ainda precisou ficar deitado, dada a situação de embriaguez”, afirmou.

Apenas no dia seguinte, conta André Praxedes, o jovem foi atrás de notícias da garota. “Ele voltou ao clube na segunda [1º/4] pela manhã para buscar informações da menina. Lá, ficou sabendo que a polícia estava atrás dele”, disse.

O defensor chegou a afirmar mais cedo que o suspeito teria se desesperado ao ver que a universitária teria desaparecido, mas diz que foi mal interpretado. “O sentido de desespero é o de que ele ficou sem saber o que fazer. Chegou a sair do lago e tentou procurar a Natália”, garantiu.

Dor na despedida
Parentes e amigos se despediram de Natália nesta quarta-feira (3). Muito abalada, a mãe da jovem estudante de letras, Edivânia Ribeiro, 47, cobrou justiça. “Minha menina. Está doendo. Mataram minha filha”, disse, aos prantos, durante o cortejo do corpo.

Natália foi com um grupo de quatro amigos a um churrasco no domingo (31/3) e sumiu quatro horas depois. Câmeras de segurança flagraram o momento em que os dois jovens entraram no lago. Ele saiu. Ela, não. Segundo apurou o Metrópoles, vídeos mostram inclusive os dois submersos.

De acordo com Célio Ribeiro, 51, tio de Natália, a jovem estava com o rosto machucado. “Quando vi o corpo no IML [Instituto Médico Legal], já percebi as marcas. Como se tivesse levado um soco”, disse. A universitária foi achada morta no Lago Paranoá nessa segunda (1º/4), menos de 24 horas depois de ela desaparecer de um churrasco no Setor de Clubes Norte.

 

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Investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (área central) analisam outras imagens de câmeras de segurança que podem ajudar a esclarecer a morte de Natália Ribeiro dos Santos Costa. Os policiais tiveram acesso a mais um vídeo. Segundo o Metrópoles apurou, ele indica que o rapaz que estava com a vítima também teria se afogado, mas conseguiu sair do espelho-d’água.

Em um determinado momento, é possível ver que os dois ficam submersos. Logo depois, o jovem, também de 19 anos, morador da Asa Norte, volta para a margem, observa e vai embora. As gravações foram feitas entre as 18h e 18h30 de domingo (31/3). Todas mostram os dois dentro do lago. Ele disse não ter entrado no espelho-d’água, mas foi desmentido pelas imagens. Os investigadores têm convicção de que ambos estavam completamente embriagados.

A Polícia Civil trata o caso com cautela e não afirma oficialmente se já é possível apontar algum crime. O Metrópoles, no entanto, apurou que a possibilidade de ter ocorrido um feminicídio é praticamente descartada pelos investigadores. Eles esperam concluir o caso após receberem o laudo preliminar cadavérico, que vai apontar as causas da morte e se houve algum tipo de agressão ou violação à vítima.

De acordo com o advogado, as inconsistências nos dois depoimentos prestados pelo rapaz são porque, no primeiro, na 6ª DP (Paranoá), ele estava sob “muita pressão”. O jovem foi levado ao IML nesta quarta (3/4) para exame da arcada dentária. “Isso porque ele não consegue afirmar categoricamente que foi ela quem o mordeu”, justificou Praxedes.

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