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Rollemberg anuncia pacote com 80 ações para melhorar transporte no DF

Medidas, entretanto, exigem investimentos de R$ 6 bilhões e precisam de parcerias com a iniciativa privada e recursos do governo federal para saírem do papel

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
transporte público
1 de 1 transporte público - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Governo do DF espera conseguir R$ 6 bilhões para garantir a criação de uma rede integrada de 277 quilômetros, atendendo uma das mais antigas reivindicações do brasiliense: transporte público de qualidade. Para que os planos saiam do papel, entretanto, vai precisar contar com o dinheiro da iniciativa privada e da área federal. Os projetos são grandiosos – muitos são promessas já feitas em gestões anteriores – e de longo prazo e incluem a expansão do metrô e do Expresso Sul, o veículo leve sobre trilhos (VLT), a construção e reforma de terminais rodoviários, além da estruturação da rede cicloviária e de calçadas.

Do total de investimentos, apenas R$ 1,6 bilhão está garantido. Do governo federal, deve vir mais R$ 1,5 bilhão. Com as Parcerias Público-Privadas (PPPs), o Palácio do Buriti espera investimentos da ordem de R$ 2,6 bilhões. Outros R$ 235 milhões serão captados de agentes financiadores. De recursos próprios, estão previstos mais R$ 254 milhões.

Batizado de circula Brasília, o Programa de Mobilidade Urbana do Distrito Federal foi lançado nesta terça-feira (24/5) pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), numa concorrida cerimônia no Memorial JK. A expectativa do GDF é mudar a cara do transporte no DF, fazendo com que as pessoas deixem o carro na garagem e se desloquem por outros meios, como ônibus, metrô e até bicicleta. Levantamento da Secretaria de Mobilidade revela que de 2005 a 2015, a frota de veículos no DF aumentou 99,63%, chegando a 1.649.563 unidades.

O pacote, porém, não faz menção à situação do atual sistema de ônibus, cuja licitação foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do DF e alvo de uma CPI na Câmara Legislativa. Na avaliação da Justiça, o processo que escolheu as cinco empresas que atuam hoje foi irregular e deve ser cancelado. Ao apresentarem o projeto, secretários de Rollemberg lembraram que o governo questiona a decisão e descartam a suspensão da concorrência.

Distribuído em um conjunto de 80 ações — gestão, projetos e obras —, o programa prevê prioridade a investimentos no transporte coletivo (que hoje corresponde a 32% das viagens no DF) e não motorizado (23%), como bicicletas e a pé.

Não é simplesmente colocar ônibus na rua para acabar com o problema. Às vezes, piora o problema. Transporte tem que ser atrativo. Hoje, há projetos isolados que não se comunicam. Vamos mudar isso.

Fábio Damaceno, secretário-adjunto de mobilidade

Até o fim deste ano, nove terminais rodoviários em reforma e quatro novos serão entregues à Bilhetepopulação. Esses se juntarão aos quatro reinaugurados em 2015 (Ceilândia, Gama, Riacho Fundo II e Sobradinho II). Os recursos de R$ 33 milhões para as reformas e construções dos terminais são de contrato firmado em 2008 com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Além desse investimento, o governo vai instalar e reformar pontos de ônibus, construir o Terminal de Integração Multimodal Asa Norte e aprimorar o Terminal de Integração Multimodal Asa Sul. As paradas do corredor exclusivo da Estrada Parque Taguatinga-Guará (EPTG) serão ativadas com a aquisição de veículos com portas que abram para os dois lados.

Bilhete único
A curto prazo, o pacote inclui medidas que serão implementadas ainda este ano, como bilhete único recadastramento das gratuidades, readequação da oferta de linhas à demanda da população,
sistema de transporte de pessoa com deficiência e sistema de modernização do metrô.

Também foi prometido que o Expresso Sul terá a operação concluída, ou seja, as 13 estações estarão em funcionamento. A ação inclui a construção de novos trechos, o projeto do Terminal da Rodoferroviária e melhorias operacionais nos terminais do Gama, de Santa Maria e da Rodoviária do Plano Piloto.

O governo criará os Expressos Norte, Noroeste, Leste, Sudoeste e Aeroporto. Parte dos recursos e a manutenção virão de parcerias público-privadas (PPPs). Ao término das obras, a rede terá 155 quilômetros de corredores exclusivos e 30 de faixas preferenciais.

Reprodução/Agência Brasília

 

Metrô e VLT
O investimento no transporte coletivo também abrange o metrô e o veículo leve sobre trilhos (VLT). No caso do primeiro, estão previstas a construção das expansões de Samambaia, com 3,7 quilômetros e duas novas estações; de Ceilândia, com 2,3 quilômetros e duas novas estações; e do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), com 800 metros e uma nova estação. Além disso, haverá contratação e desenvolvimento de projeto de engenharia ligando a Estação Hran ao Terminal Asa Norte, numa extensão de 6 quilômetros e oito estações.

As ações no metrô não se resumirão às linhas. Nas estações, será instalada infraestrutura de guarda de bicicletas. Nos arredores, ciclovias, ciclofaixas, bicicletas compartilhadas, zonas de tráfego e calçadas compartilhadas. Desde 2015, são permitidas até cinco bicicletas no último carro durante a semana e, aos sábados e domingos, não há limite.

O Circula Brasília prevê a contratação e o desenvolvimento de projeto de engenharia das Linhas 1 e 2 do VLT. A primeira ligará o Terminal Asa Sul ao Terminal Asa Norte, com 15 quilômetros de extensão, pela W3. A segunda passará pela Esplanada dos Ministérios, pela Rodoviária do Plano Piloto e pelo Eixo Monumental até a Estação Rodoferroviária, com uma derivação pelo Setor de Indústrias Gráficas, pelo Sudoeste e pelo Setor de Indústria e Abastecimento, com 22 quilômetros.

Tecnologia
Em fase de instalação, o Centro de Controle Operacional funcionará na sede do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Por meio dele, o governo poderá rastrear os ônibus em tempo real — GPS — e informar aos cidadãos o horário em que o veículo passará. A informação será passada por aplicativo baixado em computador, celular ou tablet. O controle também será feito por sistema de videomonitoramento.

Aplicativo semelhante está em fase de testes para os usuários dos serviços da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) na Estação Arniqueira. O utilitário permite que passageiros vejam rotas e horários dos veículos.

Outro benefício para os cidadãos será a implementação de rede de internet wi-fi nos terminais de maior rotatividade. O metrô conta com o acesso nas estações Central, Galeria, Feira e Águas Claras. Está prevista ainda a instalação gradativa de paraciclos — estacionamentos de curta ou de média duração para bicicletas — próximo a empreendimentos que provoquem o aumento do fluxo de pedestres e de veículos. Além disso, haverá ampliação para outras regiões administrativas do sistema de bicicletas compartilhadas. Hoje são 400 unidades em 40 pontos no Plano Piloto.

Obras
Ainda segundo o GDF, o Circula Brasília também contempla obras de infraestrutura viária como o trevo de triagem norte, a ligação Torto-Colorado, o túnel de Taguatinga e a DF-047.

Acordo do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantiu R$ 146 milhões para a construção das pistas do trecho Torto-Colorado e do trevo de triagem norte. O investimento contará ainda com contrapartida de R$ 51 milhões do governo local. As obras estão previstas para iniciar neste semestre.

As benfeitorias começaram no segundo semestre de 2014, mas foram interrompidas por falta de verba em dezembro do mesmo ano, na gestão anterior. Em 2015, o Executivo local retomou as negociações com o banco. A novidade deve beneficiar mais de 285 mil pessoas que passam diariamente pelo local, especialmente moradores de Sobradinho, Planaltina, Lago Norte, além de cidades vizinhas do DF, como Planaltina de Goiás e Formosa (GO).

As medidas deverão eliminar problemas antigos, como a necessidade de recorrer à faixa reversa em horários de pico, de segunda a sexta-feira. O aumento da capacidade em um trecho da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) será resultado da construção de duas novas pistas — uma em cada sentido —, com três faixas cada uma. Serão 5,2 quilômetros de ampliação entre o Torto e o Colorado. (Com informações da Agência Brasília)

 

 

 

 

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