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MPDFT denuncia e pede prisão de envolvidos na tragédia da L4 Sul

Eraldo José Cavalcante Pereira e Noé Albuquerque Oliveira são acusados de matar duas pessoas e atentar contra a vida de outras duas em racha

atualizado

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Divulgação/CBMDF
L4 Sul
1 de 1 L4 Sul - Foto: Divulgação/CBMDF

A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Brasília denunciou Eraldo José Cavalcante Pereira e Noé Albuquerque Oliveira, acusados de matar duas pessoas e atentar contra a vida de outras duas, em racha na L4 Sul. O crime aconteceu em 30 de abril, quando os responsáveis pelo acidente voltavam embriagados de uma festa. Segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), os dois possuem, respectivamente, 54 e 36 pontos na carteira de habilitação e continuam dirigindo mesmo após a tragédia.

Na denúncia, a promotoria também pediu a decretação da prisão preventiva dos envolvidos. Eles foram acusados de tentativa de homicídio e homicídio triplamente qualificado: motivo torpe (satisfação proporcionada pela disputa de velocidade); recurso que dificultou a defesa das vítimas (aproximação súbita do veículo que trafegava de acordo com as normas de trânsito e não pôde realizar nenhuma manobra de defesa); e perigo comum (emprego de velocidade excessiva e realização de manobras arriscadas em via de grande movimento).

Os dois também foram denunciados por omissão de socorro e embriaguez ao volante. Caso sejam condenados, a pena pode ser agravada porque duas das vítimas eram maiores de 60 anos e também porque Eraldo e Noé fugiram do local sem prestar socorro.

No acidente, morreram Ricardo Clemente Cayres, 46 anos, e sua mãe, Cleuza Maria Cayres, 69. Segundo o inquérito policial, Eraldo Pereira e o sargento do Corpo de Bombeiros Noé Albuquerque Oliveira assumiram o risco de matar ao dirigirem após ingestão de bebidas alcoólicas. De acordo com as investigações, assim que eles entraram na L4 Sul, depois de uma festa de aniversário em lancha no Lago Paranoá, iniciaram a disputa automobilística, em alta velocidade, fazendo ultrapassagens em zigue-zague até o momento da colisão.

Um terceiro carro acompanhava a dupla. Ele era conduzido por Fabiana de Albuquerque Oliveira, irmã de Noé, que no dia do acidente dirigia um Chevrolet Cruze. Ela, que é militar e ocupa o cargo de primeiro-tenente no Exército Brasileiro, não foi citada no indiciamento.

Os suspeitos podem pegar até 30 anos de prisão. De acordo com o delegado Gerson de Sales, da 1ª DP (Asa Sul), nesse caso considera-se a pena do homicídio, que pode chegar a 20 anos e metade dos outros crimes.”Eles assumiram o risco de matar quando ingeriram bebida alcoólica e se envolveram em um racha”, afirmou Sales.

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Alta velocidade
O Jetta que provocou a tragédia na L4 Sul estava a 110 km/h no momento da colisão, de acordo com  laudo do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil. O carro dirigido por Eraldo Pereira atingiu o veículo em que estava a família. O outro automóvel envolvido no acidente era uma Range Rover Evoque, conduzida por Noé Albuquerque Oliveira.

A informação do laudo contradiz o depoimento de Eraldo. À polícia, o motorista do Jetta negou ter ingerido bebida alcoólica, estar em alta velocidade e, principalmente, disputar um racha com qualquer outro veículo envolvido na tragédia. Relatou que perdeu o controle ao mudar de faixa na L4 Sul. Disse não ter percebido quando o veículo do lado freou, e acabou “dando um toque” na traseira do carro, o Fiesta.

O laudo também apontou a velocidade em que o carro da família estava – 60km/h –, abaixo dos 80km/h, velocidade permitida na via. A suspeita é que dois carros participavam de um racha e provocaram a colisão. O veículo em que estavam as vítimas foi arrastado por cerca de 18 metros.

O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Eraldo, motorista do Jetta, que não se pronunciou até a publicação desta matéria. A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos demais envolvidos.

A tragédia
O acidente ocorreu por volta das 19h30 do dia 30 de abril. Testemunhas afirmam que o Evoque de Noé e o Jetta de Eraldo estavam emparelhados, em alta velocidade, na via.

Em depoimento à polícia, Eraldo disse que teria perdido o controle do Jetta e atingido o Fiesta, onde estavam quatro pessoas da mesma família. A força foi tanta que o carro das vítimas capotou. A traseira do veículo ficou completamente destruída. Era ali, no banco de trás, devidamente presos ao cinto de segurança, que estavam Ricardo e sua mãe, Cleuza. Para eles, não houve tempo de socorro. Morreram após o impacto.

Eraldo e Noé saíam de uma festa às margens do Lago Paranoá quando se envolveram no acidente. Assumiram ter bebido “uma latinha de cerveja”. Eles, porém, se recusaram a fazer o teste do bafômetro.

Os ocupantes do Ford Fiesta atingido pelo Jetta de Eraldo voltavam de uma festa naquele domingo. O grupo aproveitou a véspera do Dia do Trabalhador para fazer um churrasco no condomínio Ville de Montagne, no Lago Sul.

O designer Ricardo e sua mulher, a revisora Fabrícia de Oliveira Gouveia, também comemoravam a possibilidade de fechar a compra de uma casa, que visitaram no dia anterior. Por volta das 19h, o designer seguiu com o cunhado, Helberton Silva Quintão, 37 anos, para levar os pais em casa, no Guará. Foi nesse trajeto que o acidente ocorreu.

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