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TJDFT nega pedido da família para tirar “Vasco” do nome de 2 crianças

A mãe recorreu ao Judiciário alegando que a expressão é vexatória e as crianças podem ser vítimas de constrangimento social

atualizado

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ROGÉRIO CAPELA/ESTADAO CONTEUDO
Ponte Preta x Vasco
1 de 1 Ponte Preta x Vasco - Foto: ROGÉRIO CAPELA/ESTADAO CONTEUDO

A 7ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve sentença que julgou improcedente pedido para que nome do time de futebol fosse retirado do registro de nascimento de duas crianças.

O colegiado explicou que a alteração de registro de nascimento do prenome de menores de 18 anos só é possível quando demonstrada exposição ao ridículo ou à situação vexatória, o que não ocorreu no caso.

Consta nos autos que o pai das autoras registrou em seus nomes a expressão “Vasco”, em homenagem ao time do coração. A representante delas alega que a expressão é vexatória e que as crianças podem ser vítimas de constrangimento social tanto na idade escolar quanto na vida adulta.

Em ação de retificação de registro civil, pedem que o termo seja excluído da Certidão de Nascimento. Em primeira instância, o pedido foi julgado improcedente, o que fez com que a família recorresse, sob a alegação de que poderiam estar sujeitas a dissabores, humilhações e bullying — o Vasco está na série B do Campeonato Brasileiro.

Ao analisar o recurso, a Turma explicou que o nome “constitui um direito da personalidade dotado de imutabilidade” e que a Lei de Registros Públicos só permite a alteração em caso de justo motivo devidamente comprovado.

No caso, segundo o colegiado, “não restou demonstrada, seja documentalmente, seja por meio de testemunhas, qualquer situação vexatória ou constrangedora vivenciada pelas menores em razão do nome intermediário”.

“Tal nome, embora alegue-se que decorre de homenagem a time de futebol, não se reveste de expressão esdrúxula ou extravagante a ponto de que possa expor ao ridículo as menores, não se verificando comprovação de justo motivo apto a permitir a alteração neste momento”, avaliou o colegiado.

“Assim, ausente a comprovação de que o nome prejudica as menores, o que se observa é que o incômodo parte da própria genitora e não das portadoras do nome, situação que não enseja a retificação, uma vez que o nome é direito personalíssimo e subjetivo, devendo ser demonstrado o sofrimento e insatisfação das próprias titulares do direito”, acrescentou.

A Turma explicou ainda que, quando completarem 18 anos, as autoras poderão solicitar a alteração dos nomes. “Em ocasião futura, acaso as requerentes sintam efetivo constrangimento com o nome, sendo expostas, de fato, a situações vexatórias em razão disto, nada impede que, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, elas busquem administrativamente, mediante apresentação do pedido em cartório, a retificação do nome intermediário, ou, ainda, posteriormente, via judicial, ‘por exceção e motivadamente'”.

Dessa forma, a Turma manteve, por unanimidade, a sentença que julgou improcedente o pedido para que o nome do time de futebol fosse retirado do registro das autoras. O processo encontra-se em segredo de Justiça.

Com informações do TJDFT

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