metropoles.com

“Temor é abstrato”, diz Moro sobre Marcola à bancada do DF no Congresso

No encontro com os parlamentares, o ministro da Justiça disse que vai manter o chefe do PCC e o Presídio Federal em funcionamento no DF

atualizado

Compartilhar notícia

Michael Melo/Metrópoles
Sergio-Moro1
1 de 1 Sergio-Moro1 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Parlamentares da bancada do DF no Congresso Nacional foram nesta sexta-feira (29/3) ao encontro do ministro da Justiça, Sergio Moro. No centro das discussões, a transferência do chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, de Rondônia para Brasília. O ministro disse que “o temor é abstrato” e não fala em recuar da decisão de manter o criminoso na capital do país, pelo menos por enquanto.

Marcola está no Presídio Federal de Brasília desde o dia 22 de março. A transferência dele para Brasília causou reação imediata do governador Ibaneis Rocha (MDB), que chegou a dizer que o ministro “conhece muito de corrução, mas provou que não conhece nada de segurança pública”.

A bancada do DF também se manifestou contrária à presença do líder do PCC no DF. E foi pessoalmente conversar com Moro. O ministro disse aos parlamentares que “não há motivo para pânico”.

Moro ponderou, porém, que, se houver necessidade, fará rodízio entre os presos. Mas avisou que não vai desativar a penitenciária. “Seria um elefante branco no DF. Investimos muito justamente para o local receber esse tipo de criminoso”, destacou o ministro durante a reunião.

Ibaneis prepara uma ação para ser encaminhada à Justiça, contestando não só a presença de Marcola como o funcionamento do presídio federal na capital. Após as críticas contundentes do emedebista, Moro disse aos congressistas do DF que “não havia necessidade de o governador do DF ter criado o clima de tensão para a população”.

Material cedido ao Metrópoles

A principal preocupação do governo local é com o fortalecimento do PCC em Brasília. De acordo com Moro, se houver alguma alteração nos índices de criminalidade do Distrito Federal, pode rever a decisão.

O senador José Antonio Reguffe (sem partido-DF) perguntou se existe a possibilidade de outros presos serem trazidos para o Presídio Federal de Brasília. Moro disse que sim, pois a penitenciária é de segurança máxima, com capacidade de acolher bandidos de alta periculosidade das mais diversas facções.

Visita ao presídio
Nesta semana, o Ministério da Justiça abriu as portas do presídio para os jornalistas. E mostrou que Marcola está em regime disciplinar diferenciado (RDD) desde o dia 22 de março, quando desembarcou na capital. O cabeça da facção paulista permanecerá em isolamento total por, ao menos, mais 14 dias em uma das 12 celas de 14 m² com cama, banco, mesa e vaso sanitário, todos feitos de concreto.

0

O período de RDD pode ser prorrogado pela administração do presídio. São oferecidas seis alimentações por dia, e as visitas de familiares e o banho de sol externo da cela estão proibidos. A cela possui uma adaptação que permite a entrada dos raios solares.

O monitoramento do criminoso é feito por agentes, 24 horas por dia, por meio de vídeos e sistema de áudio. As celas não possuem tomadas ou disjuntores. As luzes se acendem às 7h e são apagadas às 22h. A água do chuveiro é aquecida, mas apenas um agente pode ligá-la ou desligá-la, do lado de fora da cela. Os banhos, geralmente, são no fim da tarde.

Agentes que fizeram a escolta de Marcola de Rondônia para Brasília o descreveram como um preso que conhece as regras do sistema. Educado, perguntou apenas sobre informações básicas, como os dias e horários de visita.

Moro aceitou o pedido de audiência feito pelo senador Izalci Lucas (PSDB), que estendeu o convite aos demais integrantes da bancada do DF no Congresso Nacional. Além do tucano, estiveram presentes os senadores José Antônio Reguffe (sem partido-DF) e Leila Barros (PSB-DF); além dos deputados federais Flávia Arruda (PR), Celina Leão (Progressista), Paula Belmonte (Cidadania), Luis Miranda (DEM), Júlio Cesar (PRB) e Bia Kicis (PSL). Apenas Erika Kokay (PT) e Israel Batista (Rede) não compareceram.

Após o encontro, os parlamentares falaram com a imprensa. A eles, Moro afirmou que, das 186 representações diplomáticas em Brasília, nenhuma delas formalizou reclamação quanto à presença de Marcola na capital. “O fato é que nenhum estado quer uma pessoa como ele [Marcola]”, assinalou Izalci.

Segundo Reguffe, Moro garantiu que tanto a inteligência do governo quanto a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão monitorando a movimentação em torno da presença do líder criminoso, condenado a mais de 300 anos de prisão por vários crimes. “Considero a decisão de trazer a cúpula do PCC para Brasília absurda e irresponsável”, disparou o senador.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?

Notificações