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Telma assume CPI do Feminicídio: “Minha mãe apanhou por 20 anos”

Deputada distrital falou da história particular ao ser confirmada como presidente da comissão. Primeira reunião será na quinta-feira

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Telma Rufino
1 de 1 Telma Rufino - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O pré-acordo sobre a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio (CPI do Feminicídio) da Câmara Legislativa (CLDF) foi cumprido. Assim, Telma Rufino (Pros) será a presidente da CPI, enquanto Claudio Abrantes (PDT) assume o cargo de vice, e Fábio Felix (PSol) terá a função de relator.

Ao assumir a presidência, Rufino fez um discurso forte, em que falou da própria história ao apontar a importância de se discutir a violência contra a mulher. “Não adianta fazer uma CPI para os parlamentares aparecerem. Os índices de violência são muito grandes”, afirmou.

“A violência não começa do dia para noite. Minha mãe foi vítima. Ela passou quase 20 anos apanhando do meu pai. Ela não saiu de casa por não ter para onde ir com os seis filhos”, lembrou a deputada distrital.

“Vamos desde os pequenos até os adolescentes, por meio da educação. Gostaria de falar como uma delegada, mas só quem sente na pele é que tem consciência. A minha mãe biológica só não sofreu mais por que meu pai se suicidou. Do contrário, ela é quem teria morrido”, continuou Telma Rufino.

“Tem que ter prevenção. O objetivo maior da CPI será mandar recomendações para o Executivo e propostas para melhorar a rede. A cada 10 dias, em 2019, morreu uma mulher”, disse a parlamentar, lembrando que 100% dos casos de feminicídio no DF foram resolvidos pela Polícia Civil (PCDF).

Cronograma

A primeira reunião da CPI do Feminicídio foi convocada para a quinta-feira (07/11/2019), às 14h. O cronograma será montado a partir de então. Segundo Rufino, ela não pretende convocar as pessoas, mas convidar. O primeiro, de acordo com ela, será o secretário de Educação. A deputada quer saber como o assunto é tratado nas escolas.

“Agora que está instalada, vamos cobrar resultados. Precisamos dar respostas para que o Distrito Federal saia dos primeiros lugares nos índices de violência contra a mulher”, argumentou o presidente da CLDF, Rafael Prudente. “Temos defendido a representatividade. Não foi o que queríamos, que era a deputada Arlete na Mesa, mas foi o possível”, discursou o relator Fábio Felix.

“O governo tem que entender que tudo é politizado. Mas nós não trabalharemos em nenhuma ação individualizada. O nosso acordo é que o governo fique com o comando e nós, com a relatoria”, continuou o parlamentar, que pretende, até o dia 19 de dezembro, pedir dados e formar uma equipe técnica para a realização das diligências.

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