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Suspeitos da maior chacina do DF podem pegar até 340 anos de prisão

Presos cometeram latrocínio, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro, homicídio qualificado, ocultação e destruição de cadáver

atualizado

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Luis Nova/Especial Metrópoles
Coletiva de imprensa sobre chacina no DF
1 de 1 Coletiva de imprensa sobre chacina no DF - Foto: Luis Nova/Especial Metrópoles

Presos acusados de cometerem a maior chacina da história do Distrito Federal, Gideon Batista de Menezes, 55 anos; Horácio Carlos, 49; Fabrício Silva Canhedo, 34; e Carloman dos Santos Nogueira, 26; responderão por uma série de crimes que, somados, resultam em pena de 190 a 340 anos de reclusão para cada um. A pena máxima de prisão no Brasil, porém, é de 40 anos.

Conforme a Polícia Civil do DF (PCDF), o quarteto cometeu latrocínio, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro, homicídio qualificado por motivo fútil e torpe, ocultação e destruição de cadáver.

Os outros dois envolvidos, Carlos Henrique Alves da Silva, 27 anos, conhecido como “Galego”, e o adolescente de 17 anos receberão penas diferentes. Galego responderá apenas pelo homicídio de Thiago. Já a apreensão do menor dependerá da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).

O delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), faz coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (27/1), para informar o desfecho do caso que chocou não só os brasilienses como o país. Na ocasião, o investigador informou que a apuração foi dividida em capítulos devido ao catálogo de crimes a serem tipificados.

“Quando eles conseguiram subtrair do R$ 49.500 da chácara, já foi o primeiro latrocíneo. Tivemos extorsões mediante sequestro qualificada pelo resultado morte. Tivemos homicídio, no caso da Elizamar, que não encontramos motivações financeiras; ocultação de cadáver; corrupção de menores. Por esse catálogo de crimes, as penas, se somadas, são de 190 a 340 anos de reclusão”, informou Viana.

De acordo com o delegado, a investigação ainda não chegou ao fim, uma vez que a polícia pediu medidas cautelares, como a quebra de sigilo bancário e telefônico. “Nesses 27 anos de polícia, não presenciei uma chacina como essa, quiçá no Brasil”, disse.

 

Cronologia dos assassinatos

  • 28 de dezembro

O plano começou na chácara, quando Marcos, sua esposa Renata Juliene Belchior, 52, e a filha deles Gabriela Belchior de Oliveira, 25 foram rendidos. O primeiro a ser morto foi Marcos, em 28 de dezembro.

Nesta data, a ideia dos criminosos — Gideon, Fabrício Silva Canhedo, Carolman dos Santos Nogueira e um adolescente de 17 anos — era render Marcos, Renata e Gabriela na chácara. Gideon deu acesso a Carloman e ao menor, no intuito de simular um roubo à chácara. Horácio estava no local e fingiu-se de vítima. No entanto, o Marcus reagiu ao suposto assalto e foi atingido por Carloman com um tiro na nuca.

Depois disso, o grupo criminoso levou Renata, Gabriela e Marcos para a casa usada como cativeiro. Na mesma noite, o homem foi esquartejado na cozinha daquela residência por Gideon e Horácio, que enterraram a vítima no local.

Durante a madrugada, o adolescente entrou em pânico, pulou o muro da casa e fugiu.

  • 4 de janeiro

Já no dia 4 de janeiro, os criminosos levaram Cláudia e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, para o local do cárcere.

Após a venda de uma casa de Cláudia, o grupo simulou, com o celular de Marcos, que Gideon, Horácio e Fabrício ajudariam na mudança para a nova residência da mulher. Quando Cláudia e a filha, Ana Beatriz, entraram na casa nova, foram rendidas por Carloman enquanto os outros fingiam ser vítimas também.

Rendidas, as duas foram levadas ao cativeiro. Renata e Gabriela ficaram em um cômodo e Cláudia e Ana em outro.

  • 12 de janeiro

No dia 12, Thiago recebeu um bilhete atraindo ele, esposa Elizamar da Silva, 39, e os filhos do casal até a chácara no Itapoã. Chegando ao local, Thiago foi rendido. A cabelereira Elizamar foi ao local após sair do trabalho, à noite, e também acabou rendida.

Uma vez que o adolescente não quis mais participar do crime, o grupo precisou de mais um ajudante: Carlos Henrique Alves da Silva, conhecido como “Galego”.

De lá, criminosos seguiram para Cristalina (GO) com a cabelereira e os três filhos dela, onde asfixiaram as vítimas e queimaram o carro de Elizamar. Thiago continuou no cativeiro.

  • 14 de janeiro

Na madrugada do dia 14, Renata e Gabriela foram mortas asfixiadas em Unaí (MG). Tanto Carloman quanto Horácio e Gideon participaram do incêndio do veículo. Por conta das queimaduras, este último ficou de fora da execução das outras mortes.

  • 15 de janeiro

Já Thiago, Cláudia e Ana saíram do cativeiro ainda com vida no dia 15, mas foram esfaqueados na área próxima à cisterna onde seus corpos foram deixados, em Planaltina.

A execução do plano durou 18 dias. Para a PCDF, os executores da chacina fazem parte uma associação criminosa armada.

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