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Site da Kriptacoin está no ar e golpe da moeda virtual continua

Na manhã desta quarta-feira (4/10), a Polícia Civil apreendeu outro carro importado que pertence ao grupo

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
kriptacoin
1 de 1 kriptacoin - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Doze dias após a Operação Patrick, que colocou atrás das grades uma organização criminosa que comercializava a moeda digital Kriptacoin, o site da empresa continua no ar e aceita novos investidores. O Metrópoles conseguiu fazer cadastro nesta quarta-feira (4/10) e foi emitido boleto para pagamento (veja abaixo). O investimento varia de R$ 1 mil a R$ 21 mil. O valor da moeda, de acordo com o site, está em R$ 40,51, mesmo valor de cotação no dia em que a polícia “estourou” o negócio.

A continuidade do site surpreendeu o promotor Paulo Roberto Binicheski, responsável pela denúncia dos envolvidos no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). “Vamos tomar todas as providências para tirá-lo (o site) do ar. O que transparece é que a organização criminosa não foi completamente desarticulada, pois se a página está funcionando, alguém, certamente, mantém. A nossa intenção é evitar que novas pessoas caiam no golpe”, destaca.

De acordo com o promotor, é preciso ter cuidado ao investir em moedas virtuais. “Acho que ninguém deveria arriscar em um negócio que promete lucros exorbitantes”, alerta. Apesar da ampla divulgação sobre a investigação do alto escalão da Wall Street Corporate, empresa que comercializa a Kriptacoin, em alguns grupos de WhatsApp ainda é possível encontrar quem acredita na legalidade da moeda.

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A Polícia Civil também segue com as investigações. O trabalho técnico dos policiais ainda resulta em grandes apreensões. Na manhã desta terça (4), foi apreendido um carro em Goiânia. O veículo, um Porsche Boxter, era usado por um dos executivos presos, Hildegarde Melo, e pelo próprio presidente da empresa Weverton Marinho. O automóvel é avaliado em R$ 350 mil.

PCDF/Divulgação
Mais um veículo apreendido

Nesta terça (3), outros dois carros de luxo, avaliados em R$ 250 mil foram recolhidos. No total, os policiais localizaram 14 carros, um avião e cerca de R$ 400 mil em espécie. A estimativa é que a soma dos valores dos bens apreendidos ultrapasse os R$ 5 milhões.

A expectativa é que eles sejam vendidos e o dinheiro utilizado para ressarcir os investidores prejudicados. O golpe atingiu mais de 40 mil pessoas, num total de R$ 250 milhões.

Dez pessoas envolvidas diretamente com o esquema investigado pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e Fraudes (Corf), em conjunto com a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), seguem presas no Complexo Penitenciário da Papuda. Thaynara Cristina Oliveira Carvalho, 21 anos, que havia sido detida no dia da operação conseguiu o benefício da prisão domiciliar na sexta (29/9). Duas pessoas que não tiveram a identidade revelada seguem foragidas.

Na quinta (28), o Metrópoles antecipou a denúncia, pelo MPDFT, dos envolvidos. A lista enviada à Justiça tem 16 nomes. Além dos 13 indiciados pela Polícia Civil por organização criminosa, falsificação de documentos e criação de pirâmide financeira; a relação inclui dois advogados, denunciados por obstrução da Justiça, e um primo dos irmãos Marinho, acusado de lavagem de dinheiro.

Como funcionava
Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro deste ano, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.

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O negócio, que funciona em esquema de pirâmide, visava apenas a encher o bolso dos investigados, conforme o MPDFT, alguns com diversas passagens pela polícia por uma série de crimes. Entre eles, estelionato.

Dois dos principais alvos da operação são os irmãos Welbert Richard Viana Marinho, 37 anos, e Weverton Viana Marinho, 34. Eles não têm os nomes publicados no site da empresa e não constam como sócios nos dados da Receita Federal, mas se apresentam como presidentes do grupo.

Durante um mês, o Metrópoles acompanhou as atividades da Kriptacoin e também apurou denúncias contra os presidentes e outros integrantes do esquema. Na apresentação do plano de compensação, eles ofereciam aos potenciais clientes participação nos valores de R$ 1 mil, R$ 3 mil e R$ 21 mil, com 1% de ganho por dia, independentemente do crescimento da moeda.

O maior foco era dado à indicação de novos “investidores”, que podiam gerar ganhos de 10% do valor investido e um bônus de 30% da equipe menor. A atividade mostrava que, apesar da Wall Street Corporate alegar, em algumas ocasiões, que não era empresa de marketing multinível, ela dependia de indicação de novos afiliados e pagava em níveis, num sistema chamado de “binário’.

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