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Sindicato diz que contágio por coronavírus ameaça parar Papuda

Entidade teme que descontrole da doença nos presídios superlotados do DF pressione o sistema de saúde pública da capital do país

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Área da Papuda
1 de 1 Área da Papuda - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com a confirmação de 12 servidores e um preso contaminados pelo novo coronavírus, o Sindicato dos Policiais Penais do Distrito Federal (Sindpen-DF) fez um alerta: o sistema prisional pode parar caso a pandemia de Covid-19 se alastre nos presídios.

O presidente da entidade, Paulo Rogério, ressalta que do total de 1,6 mil policiais penais na ativa, 200 estão afastados exercendo a função de teletrabalho por integrarem grupos de risco. Sobraram 1,2 mil para tomar conta de quase 18 mil detentos.

Diante da já problemática superlotação e o antigo déficit de profissionais, ele faz uma conta assustadora para chamar a atenção das autoridades sobre o problema:

“Pela legislação, para cada detento que precisa ser deslocado ao hospital, três policiais penais devem escoltá-lo. Se o surto se instala no sistema prisional, podemos chegar a um momento em que se tivermos 100 apenados precisando de assistência médica, teremos de mobilizar 300 servidores. Isso sem contar os policiais penais que estão ficando doentes. Sozinho, o sistema prisional é capaz de colapsar o sistema de saúde”, previu.

Higiene

Ele ainda reclama da pouca disponibilidade de álcool em gel e equipamentos de proteção ou de higiene no Sistema Prisional do DF. “Se o coronavírus se espalha lá dentro, vai colapsar o sistema de saúde do DF”, analisou o presidente da entidade representativa.

O presidente do Conselho de Direitos Humanos do Distrito Federal, Michel Platini, endossa a posição. Ele acredita na possibilidade de desastre, tendo em vista a superlotação dos presídios no DF. “Hoje, o número de policiais penais já é inferior ao necessário. Com os policiais doentes em casa, os que estão em teletrabalho e os que farão escoltas, quem vai fazer a proteção e organização nos presídios?”, argumentou.

Contaminação

No CDP, há um preso com contaminação confirmada e isolado. Há ainda outros que se enquadram no grupo de risco, como idosos e pessoas com deficiência. Eles ficam detidos no Bloco 5. Os cinco servidores que foram diagnosticados primeiramente estão lotados no Centro de Internamento e Reeducação (CIR). Os demais atuam nas penitenciárias do Distrito Federal I e II (PDF I e PDF II) e no Centro de Detenção Provisória (CDP), que é destinado à custódia de detentos presos provisoriamente.

Entre os cinco contaminados do CIR, três são da mesma equipe de plantão. A unidade abriga cerca de dois mil detentos, incluindo os que estão no semiaberto, mas sem benefício ao trabalho.

A determinação da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), órgão da Secretaria de Segurança Pública, é de que todos os infectados deixassem os postos de trabalho e se isolassem em casa.

Primeiros testes

A Sesipe informou que os três primeiros resultados positivos foram recebidos na quinta-feira (02/04), na sexta (03/04) e nessa segunda-feira (06/04). De acordo com o órgão, a orientação da Secretaria de Saúde (SES) é testar somente quem apresentar sintomas da Covid-19.

“Quando algum servidor do sistema prisional está sintomático, a Gerência de Saúde Prisional o encaminha, imediatamente para a rede pública de saúde para realizar o teste. Na sequência, o servidor é direcionado para o isolamento em casa até o resultado do exame”, assinalou a Sesipe por meio de nota.

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