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Termina a greve dos professores. Aulas retornam na segunda-feira (17)

Após GDF apresentar novas propostas e adesão ao movimento baixar de 60% para 25%, categoria decidiu retornar às salas de aula

atualizado

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1 de 1 capa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Terminou a greve dos professores da rede pública do Distrito Federal. Durante assembleia na tarde desta quarta-feira (12/4), a categoria votou pelo fim da paralisação que completava 29 dias e estava enfraquecida. Em apenas um dia, entre terça e quarta, a adesão da categoria caiu de 60% para 25%: a informação é do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF).

Cerca de 3 mil docentes participaram da assembleia, na área externa da Catedral Metropolitana de Brasília. Frente a uma nova proposta apresentada na noite anterior pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o enfraquecimento da paralisação, o próprio comando do Sinpro-DF encaminhou a votação recomendando o fim da greve e o retorno ao trabalho na segunda-feira (17/4). A proposta foi aprovada por maioria. Um pequeno grupo de professores descontentes com esse resultado chegou a parar, por alguns instantes, o trânsito no Eixo Monumental. Houve bate-boca entre os favoráveis e os contrários ao fim da greve.

“A gente percebeu um esvaziamento do pessoal e por isso era hora de acabar mesmo. Não dava para submeter a militância a essa luta sozinha, o momento é de recuo estratégico”, defendeu o diretor do sindicato, Cleber Soares. Para os dissidentes, o Sinpro manipulou a assembleia, inclusive contribuindo para ela estar esvaziada. Segundo eles, ao menos metade dos presentes queria manter a paralisação por considerar que o movimento não atingiu os objetivos dos docentes.

Na noite anterior, durante reunião com representantes sindicais, o governador Rollemberg apresentou um termo de acordo com sete itens. Não havia novidades sobre as reivindicações financeiras da categoria, como aumento salarial de 18% e pagamento da última parcela do reajuste concedido em 2013. No entanto, o documento previa um prazo de quitação das pecúnias referentes às licenças-prêmio de servidores, pagamento na folha de março dos dias de paralisação descontados e a implementação das metas previstas no Plano Distrital de Educação.

Em um primeiro momento, o Sinpro considerou a proposta uma simples alteração de redação, sem mudanças de ações e pedidos centrais dos professores, conforme declaração do diretor sindical Cleber Soares. Mas o termo foi o suficiente para que, pouco antes da meia-noite, mais de 20 educadores se desacorrentassem dos pés das esculturas dos apóstolos que adornam a entrada da Catedral, onde passaram o dia, em greve de fome. Esse foi o primeiro sinal de que a greve geral estava perto do fim.

Via-sacra
Os professores aproveitaram a Semana Santa para encenar, antes da assembleia desta quarta-feira (12/4), o que chamaram de o martírio da educação pública. No lugar de Cristo, um docente carregou uma cruz pela área próxima à Catedral de Brasília. Era açoitado e atentado por outros três personagens: um “carrasco-governador” Rodrigo Rollemberg (PSB), um “diabo-presidente” Michel Temer (PMDB) e um homem de toga, representando a Justiça.

Segundo o Sinpro, o objetivo da via-sacra foi mostrar à população o sofrimento imposto aos professores pelos poderes Executivo (tanto do DF quanto Federal) e Judiciário. Enquanto o Buriti insistiu em descartar a possibilidade de atender as reivindicações financeiras da categoria, a Reforma Previdenciária proposta pela União e que é discutida no Congresso Nacional acaba com a aposentadoria especial para os docentes do país.

Para completar, a Justiça do DF, que já tinha considerado ilegal a greve dos professores em 27/3, decretou na terça (11) que o movimento é abusivo. A ordem para os docentes retornarem imediatamente às salas de aula foi reiterada e a multa diária por descumprimento passou de R$ 100 mil para R$ 400 mil. Enquanto espera a Justiça analisar seu recurso, o Sinpro enfrentou 14 dias de desobediência, com multa de R$ 100 mil, e 24 horas com a punição quatro vezes maior.

 

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