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Sem vacina, estagiários de hospitais públicos do DF temem contaminação

Em nota, Secretaria de Saúde afirmou compreender preocupação dos estudantes, mas que é necessário priorizar grupo de idosos

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Enfermeira prepara vacina contra Covid-19
1 de 1 Enfermeira prepara vacina contra Covid-19 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Na falta de vacinas para a população em geral, devido ao cronograma do governo federal e à quantidade de imunizantes disponibilizada pelo Ministério da Saúde, estagiários dos hospitais da rede pública do Distrito Federal vivem a angústia de transmitir o novo coronavírus para os familiares de dentro de casa, devido à exposição com a qual precisam lidar diariamente.

“É uma ansiedade muito grande voltar para casa sem a vacinação. Medo e insegurança de contaminar quem amamos”. A declaração foi feita por uma nota conjunta , elaborada por um grupo de estagiários de medicina e enviada ao Metrópoles. “Apesar de todas as medidas de proteção, a vacina é a mais efetiva delas”.

Uma estagiária que atua no Hospital Regional de Ceilândia explicou que os graduandos acabam tendo contato com pacientes infectados e com profissionais que lidam na linha de frente contra a Covid-19.

“Fazemos uma escala diária de 12 horas e acabamos sendo linha de frente por estarmos no hospital em contato direto ou indireto com pacientes infectados” explica a estudante, que preferiu não ter sua identidade divulgada.

Segundo ela, a aflição é recorrente entre os estudantes. “Acreditamos ser parte importante no combate ao coronavírus e continuaremos atuando”, completou a declaração.

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A Secretaria de Saúde afirmou, em nota, que entende a preocupação dos internos, mas que, por enquanto, não há solução imediata.

“O número de doses recebidas do Ministério da Saúde é pequeno e, por isso, é necessário priorizar aqueles grupos em que a doença se apresenta com quadro clínico mais grave e uma probabilidade de óbito maior, o que é o caso dos idosos“, argumentou a pasta.

A SES ressaltou, ainda, que a ampliação do público alvo para a vacinação  depende do número de doses que o Ministério da Saúde irá disponibilizar ao DF, e de quando ocorrerá a entrega de nova remessa.

Leia a nota na íntegra:

“Pelo informe do MS, fomos incluídos no grupo prioritário de vacinação, porém com a autonomia dos estados, não entramos na classificação o que a cada dia gera uma angústia muito grande.

Fazemos uma escala diária e acabamos sendo linha de frente por estarmos no hospital em contato direto ou indireto com pacientes covid.

Somos a 2ª unidade federativa com o maior número de vacinados o que demonstra uma organização. Acreditamos que já daria para discutir a vacinação dos acadêmicos da área da saúde, principalmente no atual cenário em que vivenciamos o recrudescimento dos casos de Coronavírus.

É uma ansiedade muito grande voltar para casa sem a vacinação. Medo e insegurança de contaminar quem amamos. Apesar de todas as medidas de proteção, a vacina é a mais efetiva delas.

Já foram feitas solicitações via representação de alunos e por meio da universidade ao governo. Aguardamos um posicionamento frente a nossa situação.

Acreditamos ser parte importante no combate ao coronavírus e continuaremos atuando.”

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