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Servidora morta trocou Rio pelo DF. “Achava aqui seguro”, diz ex-chefe

Segundo colega de trabalho de Maria Vanessa, ela aconselhava os amigos a nunca reagirem a um assalto e cuidava de todos

atualizado

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maria vanessa morta em latrocínio na 408 Norte
1 de 1 maria vanessa morta em latrocínio na 408 Norte - Foto: Reprodução

O assassinato da analista do Ministério da Cultura (MinC) e mestranda da Universidade de Brasília (UnB) Maria Vanessa Veiga Esteves, após assalto na 408 Norte, causou espanto e muita comoção entre amigos e colegas de trabalho e de estudo da vítima. Mineira, Maria Vanessa morou no Rio de Janeiro antes de vir para Brasília. Ela se preocupava com a escalada da violência urbana e aconselhava os amigos sobre como se comportar caso enfrentassem episódios violentos.

“A Vanessa adorava morar em Brasília porque aqui era calmo, tranquilo. Ela veio do Rio, uma cidade violenta, e sempre aconselhava a gente a nunca reagir a um assalto”, contou o servidor Wanderlan Fernandes Guedes Filho, gerente do passivo da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC) e que foi chefe da analista.

Na noite de terça-feira (8/8), a mulher de 55 anos adotou a orientação que passava aos amigos. Ao ser abordada por dois ladrões no estacionamento do prédio onde morava, por volta das 23h, ela não reagiu.

De acordo com testemunhas e imagens de câmeras de segurança colhidas pela Polícia Civil (veja abaixo), ela entregou a bolsa e teria dito: “Pode levar tudo”. Ainda assim, foi agarrada por um dos bandidos e esfaqueada nas costas pelo outro. A dupla fugiu e a vítima ficou caída em uma poça de sangue. O socorro prestado pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não foi suficiente para salvá-la.

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Mãezona
“Estamos consternados. É surreal o que aconteceu”, afirmou Wanderlan. Ele conta, com carinho, que a colega tinha um perfil de “mãezona”, sempre preocupada com o bem-estar de todos a sua volta. “Ela recebia estudantes em casa. Nesse momento mesmo um coreano e uma americana estão hospedados lá”, afirmou.

De acordo com os colegas de trabalho, a analista do MinC tinha fortes laços afetivos e profissionais em Brasília. Enquanto atuava no ministério, ela foi aprovada em um concurso da Secretaria de Cultura do Distrito Federal e aguardava para assumir seu cargo na administração distrital. “Ela era muito conhecida na área de cultura”, acrescentou o ex-chefe.

Na manhã desta quarta-feira (9), Wanderlan esteve no Instituto Médico Legal (IML) para cuidar dos trâmites burocráticos que o caso requer. Os pertences de Maria Vanessa foram separados e serão entregues à família. No setor onde a analista atuava no ministério, os colegas não conseguiram trabalhar.

Eles encontraram um pouco de consolo na tentativa de organizar um ato em homenagem à amiga em frente ao Edifício Parque Cidade, no Setor Comercial Sul, onde Vanessa trabalhava. A família, que mora em Juiz de Fora (MG), já embarcou para a capital.

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