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Policiais civis marcam nova paralisação e vão manter DPs fechadas

Categoria decide que a suspensão das atividades por 24 horas será repetida na quinta-feira (20/10)

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
rodrigo franco o gaucho polícia civil pcdf assembleia paralisação
1 de 1 rodrigo franco o gaucho polícia civil pcdf assembleia paralisação - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

No dia em que deflagrou uma paralisação de 24 horas, a Polícia Civil decidiu, em assembleia na tarde desta segunda-feira (17/10), repetir o movimento. Na quinta-feira (20), haverá nova suspensão dos serviços. Também ficou decidido que a categoria não vai acatar a recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) de reabrir as delegacias que estavam encerrando o expediente após as 19h.

“Nós vamos continuar pressionando. Vamos fazer mais greves, mais paralisações, endurecer ainda mais o discurso”, ameaçou Rodrigo Franco, presidente do sindicato dos policiais civis. O sindicalista ainda subiu o tom contra o Ministério Público. “Se eles (direção-geral) não têm coragem para enfrentar o MP, nós vamos enfrentá-lo juntos”, disse Franco. Dessa forma, as 21 delegacias que funcionavam 24 horas e tiveram o horário reduzido continuarão abertas apenas das 12h às 19h.

Reação
Ao ser questionado pelo Metrópoles sobre a decisão dos servidores, o diretor-geral da PCDF, Eric Seba, comentou a postura dos policiais.

Em assembleia eles podem decidir o que quiser. Mas se eles não acatarem minha ordem (de reabrir as delegacias), vão pagar pela escolha deles

Eric Seba, diretor-geral da PCDF
Felipe Menezes/Metrópoles
O boneco “Rollinóquio” foi inflado em frente à sede da PCDF nesta segunda (17)

 

Para a próxima paralisação, os serviços prestados à população serão reduzidos ainda mais. Assim como nesta segunda (17), na quinta-feira (20), durante o dia, apenas casos graves serão registrados nas unidades policiais, como flagrantes, situações de violência doméstica, homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte).

Na tarde desta segunda (17), representantes da categoria e parlamentares se reuniram com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para discutir a situação. O encontro durou cerca de uma hora e serviu apenas para reabrir o diálogo entre o governador e os representantes da PCDF. Rollemberg não prometeu nada de concreto, mas não fechou as portas. “As entidades colocaram todo o estado de lamúria vivido pela Polícia Civil e o governador colocou todas as dificuldades financeiras. No entanto, prometeu levar o assunto para ser discutido em reunião a ser realizada ainda esta semana”, afirmou o deputado distrital Cláudio Abrantes (Rede), um dos defensores da Polícia Civil e integrante do bloco que pediu a reunião ao governador.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo Franco, afirmou que o diálogo foi reaberto. “Pedimos uma nova proposta ao governador até quinta-feira (19/10), quando faremos nova assembleia, mas não estou otimista”, disse.

Também integrante do Bloco Sustentabilidade e Trabalho, o deputado professor Israel Batista (PV) acredita que a reunião foi positiva, devido a troca de informações dos dois lados. “Não estava havendo nenhuma proposta dos dois lados. Nós, deputados, falamos sobre a questão histórica da paridade entre Polícias civil e federal e o governador ficou de ligar e fazer uma nova proposta”, afirmou.

Recomendação enviada ao GDF
Ao ser questionado pela reportagem sobre a postura dos servidores da PCDF, o Ministério Público disse que, em reunião na semana passada, ficou acertado que haveria a reabertura gradual das delegacias, mas que, “devido à necessidade de ajustes administrativos, as medidas estão sendo implementadas gradualmente”. Ainda segundo a nota enviada à reportagem, “o MPDFT acompanha a conclusão das medidas administrativas tomadas para o restabelecimento do funcionamento das delegacias”. No entanto, o MP não comentou a decisão mais recente da categoria.

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