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MPDFT recomenda que universidades do DF combatam assédio sexual

Os grupos de trabalho devem ser compostos, preferencialmente, por mulheres, com participação dos diversos segmentos da comunidade acadêmica

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Fachadas dos prédios públicos em Brasília – Brasília(DF), 23/09/2015
1 de 1 Fachadas dos prédios públicos em Brasília – Brasília(DF), 23/09/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Para prevenir o assédio e violência sexual contra mulheres no ambiente acadêmico, o Núcleo de Gênero do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou às instituições de ensino superior públicas e privadas que criem grupos de trabalho. A medida é resultado da audiência pública sobre o tema realizada em 7 de novembro.

Os grupos de trabalho devem ser compostos, preferencialmente, por mulheres, com participação dos diversos segmentos da comunidade acadêmica. A ideia é que proponham programas destinados à prevenção, ao acolhimento das vítimas e à responsabilização disciplinar dos agressores.

Para o promotor de Justiça Thiago Pierobom, coordenador dos Núcleos de Direitos Humanos do MPDFT, é preciso que ações efetivas sejam tomadas para enfrentar o problema. “É responsabilidade das instituições de ensino criar um ambiente de trabalho e de estudo livre de todas as formas de discriminação, especificamente, do assédio sexual contra as mulheres. É essencial que esse tema seja explicitamente indicado como uma prioridade institucional, de forma a se evitar a continuidade desses atos de violência”, afirmou.

Depoimentos
Durante a audiência pública, estudantes, professoras e funcionárias relataram situações de assédio sexual nos trotes universitários, em festas estudantis e nas relações com alunos ou professores. Também foram apontados problemas de segurança que dificultam o deslocamento nos campi, especialmente à noite.

“Avisa quando chegar”
O Metrópoles, neste ano, abordou o tema em um especial chamado “Avisa quando chegar — O assédio que paralisa as mulheres”. A matéria especial traz à luz as consequências de um transporte inseguro e, com números e relatos, expõe o descaso da sociedade e do Estado com o crime. Além disso, chama atenção sobre como o assédio em espaços públicos impede as mulheres de quebrarem os ciclos de pobreza em que vivem.

Durante quatro semanas, a equipe de reportagem andou de trem, ônibus e metrô no DF, Rio de Janeiro e São Paulo nos horários de pico e nas linhas de maior aglomeração. Viajou 3 mil quilômetros em busca de histórias e imagens que falassem sobre como a violência e o assédio nos transportes públicos afetam a realidade social das mulheres. A reportagem foi vencedora do prêmio CNT de Jornalismo, na categoria Internet.

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