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“Meu filho foi executado por causa de um celular velho”, diz bombeiro

Militar e a família estão desolados com o assassinato do estudante Guilherme Linhares, 16, morto perto de casa, vítima de latrocínio

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
caso de guilherme linhares, assassinato com tiro no rosto em ceilândia
1 de 1 caso de guilherme linhares, assassinato com tiro no rosto em ceilândia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

“Era um menino cheio de sonhos, alegre e brincalhão. Essa violência devastou nossa família.” Assim Antonio Jordan Linhares, 30 anos, definiu o irmão Osterno Guilherme Martins Linhares de Sousa, brutalmente assassinado na tarde desta terça-feira (13/11). Guilherme, como era chamado, tinha 16 anos e morreu com um tiro no queixo, perto de casa, na QNO 18, Setor O de Ceilândia, após deixar a escola. O motivo? Um ladrão achou o celular do rapaz velho demais.

“Meu filho foi executado com um tiro no queixo por causa de um celular velho. Espero que as autoridades identifiquem e prendam o culpado”, desabafou ao Metrópoles o pai de Guilherme, o sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) Antonio Linhares de Souza, lotado no 34º GBM, no Lago Norte.

Guilherme havia acabado de chegar em casa após voltar do Centro de Ensino 15 (CED 15), onde estudava. Ele tocou a campainha, mas ninguém atendeu. O rapaz ligou para o pai, e o militar pediu que o adolescente o esperasse na esquina de casa, para seguirem até a loja de estofados da família. Guilherme iria ajudar com os afazeres do estabelecimento.

Segundo Antonio Jordan, o irmão tinha uma rotina tranquila, que se resumia a ir para a escola e ajudar a família na tapeçaria. Mas a vida acabou de forma abrupta quando um ladrão abordou Guilherme. O bandido chegou em uma bicicleta, sacou a arma e anunciou o roubo.

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Celular
De acordo com o relato de testemunhas, o ladrão reclamou do celular de Guilherme: disse que o aparelho era “muito velho” e mandou o adolescente lhe entregar outros objetos de valor. A vítima declarou não ter mais nada. O criminoso, então, disparou contra o rosto do rapaz, que correu por alguns metros e caiu.

Um dos socorristas envolvidos no atendimento da ocorrência contou ao Metrópoles que, quando a equipe de bombeiros chegou ao local, Guilherme ainda estava vivo, mas com os sinais vitais muito fracos. Mesmo com o socorro, o jovem não resistiu e morreu na rua, perto de casa.

Quando a família foi informada da tragédia, todos se desesperaram. A mãe do rapaz, Ervanbichara Linhares, desmaiou diversas vezes e precisou ser amparada.

A Polícia Civil, que trata o caso como latrocínio, está à busca do suspeito. De acordo com testemunhas, o assassino fugiu em direção às QNRs após o crime e, até a última atualização deste texto, continuava foragido.

Menina morta
A quadra onde ocorreu o latrocínio é a mesma na qual Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, 5, foi assassinada em maio deste ano. O alvo dos disparos, segundo os familiares, seria um irmão da vítima, mas não o que foi baleado. De acordo com os vizinhos, tiroteios são comuns na região.

Maria Eduarda foi atingida três vezes: na cabeça, no tórax e na nádega. Ao ser ferida, caiu no corredor da casa. Foi levada por parentes ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas chegou à unidade de saúde sem os sinais vitais.

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A menina, que ia completar 6 anos em agosto, morava com a família nos fundos da casa da avó, na QNO 18, Conjunto 36, em Ceilândia. Marcos Rodrigues de Amorim, 19, irmão dela, entrava no quintal, numa noite de segunda-feira, quando dois homens chegaram em um Voyage preto e fizeram vários disparos.

Foi a segunda morte na região, que é marcada por guerra de gangues, em menos de 24 horas. Por volta das 21h30 do dia 20 de maio, um adolescente de 17 anos foi morto a tiros na frente da irmã, de 12, em uma parada de ônibus na QNO 17. A vítima não possuía passagens pela polícia e teria morrido, conforme informações preliminares dos investigadores, em razão de uma guerra entre grupos criminosos na área.

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