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Médico do DF foi espancado a pauladas por quadrilha de travestis

Devido à gravidade dos ferimentos, vítima precisou ficar internada. Líder da organização criminosa confessou a autoria do crime

atualizado

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PCDF/Divulgação
samuel
1 de 1 samuel - Foto: PCDF/Divulgação

Em ocorrência registrada na Polícia Civil (PC), um médico de 42 anos que trabalha em hospital particular do Distrito Federal relatou ter sido vítima da quadrilha formada por homossexuais e travestis. O bando foi preso pela PC no último mês. Segundo as investigações, os criminosos marcavam encontros com homens, filmavam as relações sexuais, depois os agredia e passavam a extorqui-los.

Morador da Asa Sul, o médico foi encontrado pela Polícia Militar com ferimentos na cabeça no fim da Asa Norte. Ele garantiu ter sido atacado com pauladas e precisou ficar internado. O caso ocorreu em janeiro de 2019.

À época, a vítima não soube descrever as características dos suspeitos que deram pauladas em sua cabeça. No entanto, na última quinta-feira (11/07/2019), Samuel Junio Napole de Souza (foto em destaque), 21 anos, confessou aos investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) ser o autor da agressão.

Considerado líder da quadrilha, Samuel foi preso pela Polícia Federal (PF) na última semana. Ele voltava do Chile e, quando passava pela imigração do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), acabou detido por agentes da PF.

Segundo as investigações iniciadas pela PCDF, Souza teria faturado, ao menos, R$ 100 mil, exigindo dinheiro sob ameaça de divulgar fotos e vídeos de homens com alto poder aquisitivo mantendo relações sexuais com travestis. Conforme revelou o Metrópoles, uma integrante da quadrilha também foi detida nessa quinta-feira (11/07/2019). Pâmela, registrada como Paulo Rogério Vasconcelos, 20, foi presa na cidade de Lleida, província de Barcelona, Espanha. A polícia procura ainda Carlos Henrique Leão Costa, 19, visto pela última vez em Santa Catarina.

Entre os dias 23 e 24 de junho, foram presos os seguintes suspeitos, em Goiás: Yago Pereira da Silva, 24, conhecido como Anitta; Eduardo Sousa Luz Santos, 24, que adotou o nome Stefanny; Marcelo Dias Moreira, 20, a Marcela; e Hiago Alves dos Santos, 20, que se apresenta como Tifanny Lorrani. Outro detido é Paulo Henrique Alves Ferreira, 21. Os agentes apreenderam com os acusados celulares que custam até R$ 6 mil. O material passa por perícia.

Francês extorquido

Além de agir no Brasil, a quadrilha deu golpes em outros países. Entre eles, a França. Um vídeo obtido com exclusividade pelo Metrópoles mostra a travesti Anitta Moraes batendo em um cliente dentro de um hotel de Paris. Na gravação, ela aparece contando notas de euro e, em português, pedindo mais dinheiro. Diante da reclamação, Anitta se irrita e desfere um tapa no rosto da vítima.

Veja:

Em outro momento das imagens registradas no quarto do hotel, o homem aparece gritando no ambiente completamente revirado. A cena é filmada por Paulo Rogério Vasconcelos, preso nessa quinta-feira (11/07/2019).

Os investigadores concluíram que as travestis reproduziam as extorsões não só na Europa. No Brasil, há relatos da atuação delas em Brasília (DF), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e São Luiz (MA). As suspeitas são natural da capital goiana, mas não mantinham residência fixa e viajavam com frequência.

De acordo com as investigações conduzidas pela 5ª DP, o grupo começou a agir na capital federal no início de 2019. As criminosas marcavam encontros em estabelecimentos de luxo do Setor Hoteleiro Sul, filmavam as relações sexuais e, em seguida, espancavam e extorquiam as vítimas. Uma delas chegou a pagar R$ 22 mil para não ter as imagens divulgadas. Três pessoas denunciaram os crimes no DF.

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Ostentação

Ainda de acordo com os investigadores, não é possível estimar o valor total arrecadado pelos bandidos, mas calcula-se que Samuel teria acumulado mais de R$ 100 mil. As investidas rendiam, em média, de R$ 10 mil a R$ 15 mil por vítima. Com o dinheiro levantado mediante chantagem, o grupo ostentava, comprando celulares de última geração. Além disso, eles consumiam drogas caras, faziam viagens internacionais e promoviam festas.

“Há casos de pessoas que fizeram sucessivos pagamentos para não ter o material revelado. O bando escolhia quem tinha alto poder aquisitivo, normalmente homens casados que poderiam ceder às pressões”, detalhou o delegado Gleyson Mascarenhas, da 5ª DP.

Máquinas de cartão e celulares foram apreendidos durante a operação. Mesmo as vítimas que cooperavam fazendo transferências, empréstimos e cedendo os cartões de crédito acabavam sendo violentamente agredidas.

Os encontros eram agendados por meio de aplicativos de relacionamentos e sites de prostituição. Geralmente, as travestis agiam em bando de até quatro pessoas. Enquanto uma atendia o cliente, as demais prestavam auxílio, fazendo fotos e vídeos das cenas de sexo.

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