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Com três tentativas de fuga em 48h, Justiça interdita outra ala da Papuda

Últimas fugas indicam mais “ousadia e destemor”, afirmou a juíza. O ataque dos internos foi direcionado à parede frontal da cela

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Complexo Penitenciário da Papuda
1 de 1 Complexo Penitenciário da Papuda - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais (VEP), interditou uma nova ala do Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no Complexo Penitenciário da Papuda. A medida cautelar foi tomada após o registro de novas tentativas de fuga. Nas últimas 48h a direção do CDP I reportou três tentativas de fuga frustradas pelo policiais penais.

Informações e imagens enviadas à VEP detalham que ao menos menos duas delas, seguiram a mesma técnica empregada na fuga dos 17 detentos, registrada há 12 dias. O último caso, segundo a juíza, “indica ainda mais ousadia e destemor”. O ataque dos internos foi direcionado à parede frontal da cela, voltada para o pátio, em plena luz do dia, quando a unidade tem seu efetivo de policiais reforçado.

“A situação do CDP sempre causou extrema preocupação para este Juízo, por ser o presídio mais antigo do sistema penitenciário do DF, bem como por ter estrutura arquitetônica bastante frágil. É que, à época de sua construção, ainda na década de 1960, não era comum o uso de concreto, tampouco de malhas de ferro para o reforço e contenção do ambiente prisional”, detalhou Leila Cury.

Em virtude da situação de fragilidade, a VEP afirmou que vem monitorando a situação do CDP. Já interditou em ocasião pretérita, pelos mesmos motivos, as Alas B, D e A do mesmo Bloco l, para realização de reformas.

Agora, será feita a desocupação da Ala D do Bloco I, para que a administração penitenciária providencie os devidos reparos e com a devida urgência, para evitar a ocorrência de tentativas de fuga.

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“Considerando que não há possibilidade alguma de os internos permanecerem na Ala interditada, sob pena de inviabilizar a realização da obra, autorizo o remanejamento deles para o Bloco 1, Ala B, de forma equânime, na medida do possível e, desde que sejam respeitadas as características processuais e pessoais de cada um”, determinou a juíza.

A Justiça estabeleceu o prazo de 30 dias, para que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) apresente o plano detalhado de obras para recuperação da Ala interditada, com indicação dos ajustes que serão realizados, material a ser empregado, mão-de-obra e cronograma de entrega.

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Imagens da estrutura

Há 12 dias, a magistrada já havia interditado a Ala C, do Bloco 1 do CDP, após 17 presos fugirem pelo telhado. Na decisão assinada nessa segunda-feira (26/10), Leila Cury afirma que a ampla divulgação do caso nos meios televisivos, incluindo detalhes da estrutura do presídio podem ter contribuído para as novas tentativas registradas no último fim de semana.

“Infelizmente, a última fuga ocorrida naquela unidade prisional foi exaustivamente explorada pelos órgãos de imprensa, com ampla divulgação da sua estrutura arquitetônica e amplo fornecimento dos detalhes sobre a forma de se acessar os pontos mais vulneráveis das cercas da unidade”, destacou a juíza.

Uma das regalias concedidas aos custodiados é o uso de aparelhos televisores. “Os episódios dos últimos dias indicam que o vazamento de fotos, vídeos e informações da estrutura do presídio, muito provavelmente colaboraram para os lamentáveis episódios do último fim de semana”, destacou.

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