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“A Justiça foi feita nesta manhã”, desabafa viúva de Eli Chagas, após prisão de suspeitos do crime

Neuza quebrou o silêncio nesta quarta-feira (17/2). Marido teve o carro roubado e foi morto enquanto esperava os filhos saírem da aula no Guará II

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 passeata guara 060216RF_010 (1) - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A viúva de Eli Roberto Chagas, morto no último dia 2 enquanto esperava os filhos na porta da escola na QE 38 do Guará II, quebrou o silêncio nesta quarta-feira (17/2). Na data que marcou a prisão de três suspeitos de assassinar Eli, Neuza Chagas conversou com o Metrópoles sobre a morte do marido e a sensação após a ação da Polícia Civil.

Visivelmente emocionada, Neuza comentou a prisão dos suspeitos. “É estranho falar sobre esse assunto. A Justiça foi feita na manhã de hoje (quarta), o crime não pode ficar na banalidade. É um momento importante para que os criminosos parem de agir e não façam com os outros o que fizeram com a nossa família”, declarou.

“De certa forma, a gente fica mais confortável pensando que os responsáveis estão presos. O que eles fizeram foi cruel, foi bárbaro. Eles já tinham conseguido o que queriam, que era o carro. Para que tirar também a vida do meu marido?”, questionou.

Agora estamos reestruturando a nossa vida e está sendo muito difícil. A minha filha chora sempre que fala do assunto. O meu filho está muito triste. Estou tendo que procurar apoio psicológico para os meninos. Eles sentem muito a falta do pai.

Neuza Chagas, viúva de Eli

Mudança na rotina
Os filhos de Eli, André, de 15 anos, e Sofia, de 11, trocaram de escola após o ocorrido. A mais nova ouviu, da sala de aula, os tiros que tiraram a vida do pai. Um colega, de mesma idade, desrespeitou as ordens da professora de não se aproximar da janela e chegou a ver o corpo de Eli em frente ao colégio Rogacionista. “Eles sabem onde o pai morreu e, apesar de gostarmos muito da escola, não temos condições de passar pelo local todos os dias”, desabafou.

A rotina da família foi alterada nos menores detalhes. Se antes Neuza almoçava com Eli e Sofia todos os dias, agora o horário é compartilhado entre mãe e filha e foi adiado em alguns minutos.

Questionada sobre a sensação de insegurança de continuar morando no Guará II, ela afirmou que não tem pretensões de se mudar com os filhos. “Eu moro aqui há muitos anos, os meninos cresceram nesta casa. Preciso me apegar às coisas boas que passamos aqui para ter forças e cuidar deles. Ainda não consegui pensar em sair (da casa), é como se aqui ele me protegesse”, completou.

O crime
O latrocínio (roubo seguido de morte) foi registrado por volta das 11h40 do dia 2 de fevereiro. Na época do crime, a polícia chegou a divulgar que um adolescente vestido com uniforme de outra escola teria anunciado o assalto e levado o Corolla prata de placa PAN-3286, que a vítima havia acabado de retirar da concessionária. O servidor saiu do carro logo que foi abordado e correu, sendo atingido em seguida.

Na manhã desta quarta (17), pouco mais de duas semanas após o ocorrido, a Polícia Civil do Distrito Federal foi às ruas e capturou três suspeitos de terem assassinado Eli. Dois irmãos e um terceiro homem, acusado de ser o chefe do grupo, foram detidos em Valparaíso de Goiás, entorno do DF.

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