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Assassinato em frente à escola reforça insegurança no Guará

Na manhã de terça-feira (2/2), um homem de 51 anos foi morto durante assalto enquanto buscava os filhos em uma escola

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Adalício Rosa, 44 anos, ajudante de padeiro
1 de 1 Adalício Rosa, 44 anos, ajudante de padeiro - Foto: Michael Melo/Metrópoles

“O que podemos dizer? Estamos abalados e, principalmente, inconformados”. Reunida na garagem da casa do servidor do Senado Federal Eli Roberto Chagas, 51 anos, que foi morto enquanto aguardava os filhos saírem do colégio, no Guará II, na manhã de terça-feira (2/2), a família da vítima tentava, à noite, encontrar, no abraço dos parentes, o conforto perdido diante da tragédia. O silêncio deles guardava a tristeza e, por meio de poucas palavras, uma sobrinha de Eli desabafou: “Não adianta conversar. Nenhuma matéria fará as autoridades tomarem alguma atitude”.

A família confirmou que participará da caminhada pela paz, organizada nas redes sociais pelos moradores do Guará, no sábado (6/2). A saída está prevista para as 8h, na administração regional da cidade. No entanto, eles comentaram que gostariam de privacidade durante o enterro, previsto para as 16h desta quarta-feira (3/2).

Facebook/Reprodução

Moradores e comerciantes da região ficaram ainda mais inseguros e assustados após o crime desta terça-feira (2). Dados da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social mostram que, em 2015, foram registrados 1.126 roubos na cidade. Embora as ocorrências sejam menores do que em 2014 (1.623), o número preocupa a população.

O ajudante de padeiro Adalício Rosa (foto), de 36 anos, mora e trabalha na QE 38 do Guará II, a poucos metros da escola onde ocorreu o latrocínio desta terça (2). E diz não se sentir seguro. “A padaria onde trabalho já foi assaltada duas vezes. A gente fica com bastante medo”, revela.

Vanderson da Silva é dono de uma banca na mesma quadra e, há três anos, partilha o sentimento. “Não tem como se sentir seguro aqui. Existe muito tráfico de drogas e pouco policiamento.” No ano passado, o número de ocorrências relacionadas à venda de entorpecentes cresceu 61,7% na região.

QE 40
Próxima à QE 38, a QE 40 do Guará II foi considerada uma das regiões mais perigosas do DF, segundo levantamento da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. A comerciante Ana Bezerra, 53 anos, é testemunha da violência na região. Nos últimos dez dias, o mercado dela foi assaltado duas vezes. E o mais recente ocorreu na manhã de terça-feira (2).

“O criminoso chegou com uma arma e levou tudo que estava no caixa, além de um cordão de ouro do meu irmão. A insegurança aqui está demais”, lamenta. Ela conta que mora e trabalha na região há 12 anos e nunca viu a criminalidade alcançar o nível a que chegou recentemente. “Sempre registramos ocorrências para ver se assim a gente consegue aumentar a ronda policial.”

Para o administrador do Guará, André Brandão, a segurança pública é o principal problema enfrentado pela cidade atualmente.

Tenho filhos e entendo bem a revolta. Qualquer um poderia ser a vítima do crime de hoje. Nós recebemos as demandas da população e encaminhamos às autoridades responsáveis, mas isso é tudo o que podemos fazer

Administrador do Guará, André Brandão

Segundo o administrador, três questões dificultam a garantia da segurança na região: falta de sintonia entre a Polícia Militar do DF e a Polícia Civil, baixo efetivo das corporações para grande área onde elas atuam, e a facilidade que a Justiça tem em liberar os bandidos após a ação policial.

Tragédia
O crime que tirou a vida de Eli Roberto Chagas ocorreu por volta das 11h40 de terça (2). Um adolescente é suspeito de ter roubado o carro do servidor do Senado, um Toyota Corolla prata, e disparado quatro vezes contra ele. Dois tiros o atingiram.

Eli, pai de dois alunos do Colégio Rogacionista, teria retirado o carro de uma concessionária horas antes do crime. O veículo foi encontrado no Conjunto B da Quadra 4 do Setor de Oficinas Sul (SOF) à tarde. O carro foi encaminhado para perícia da Polícia Civil.

Com reportagem de Pedro Alves

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